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Os desafios da nova Europa e a missão da teamjuncker
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Os desafios da nova Europa e a missão da teamjuncker
1. Quando há sessenta e três anos foi assinado o tratado que instituiu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, ou mesmo quando há cerca de vinte e seis foi celebrado Acto Único Europeu, dificilmente se imaginava a feição que a União Europeia dos nossos dias viria a assumir. Suspeito que nem os mais audazes protagonistas da construção europeia tenham ousado imaginar há 10, 15, ou há 20 anos a Europa a 27, a Europa sem fronteiras ou a Europa da moeda única. A União Europeia que começou como um projecto de paz e aí vai buscar a sua razão última e fundamento, foi-se fazendo de pequenas conquistas e de pequenos passos. O tempo já nos mostrou que a UE é - e provavelmente, até pela natureza "experimentalista" do seu quadro institucional, não cessará nunca de o ser - um work in progress. Mas, se sabemos bem de onde vimos, falta saber para onde vamos. Ou, pelo menos - o que não é já coisa pouca - para onde queremos ir.
2. Esta semana o German Marshall Fund of the United States apresentou o Relatório "Transatlantic Trends 2014", numa conferência que contou com a presença da ainda Ministra dos Negócios Estrangeiros italiana e próxima Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini. Pela primeira vez, para além das tradicionais questões sobre política EUA-UE, os cidadãos europeus foram questionados sobre o projecto europeu e sobre a União.
Tendencialmente, os cidadãos europeus (em média 65%) consideram que é bom para os seus países estarem integrados na UE. Mas não é assim em todos os Estados-Membos. Há países em que os seus nacionais consideram que pertencer à UE não tem sido uma experiência positiva. Pensam assim 42% dos gregos, 40% dos cidadãos do Reino Unido, 40% dos italianos e 36% dos portugueses. O motivo principal para 66% dos italianos, 56% dos Portugueses ou 53% dos espanhóis - de entre aqueles que acham que é mau estar na União - é a convicção de que "a UE prejudicou a Economia do nosso país". Na mesma linha, e apesar de existirem já sinais de uma clara inversão de tendência, 65% dos europeus ainda consideraram negativa a experiência com o Euro e 64% acreditam que cada Estado-Membro deve manter a autoridade sobre a política económica e orçamental.
Apesar de trabalharem com uma amostra mais circunstanciada, são dados que traçam um quadro de descrédito bastante mais profundo que os do Eurobarómetro que dá conta, por exemplo, de uma média de 55% a favor, contra 36% dos cidadãos a considerarem negativa a experiência com o Euro, ou de 56% dos cidadãos totalmente optimistas com o futuro da Europa.
Em todo o caso está identificado o desafio da #teamjuncker: restaurar a confiança no projecto europeu. Pode parecer um lugar comum mas raras vezes um cliché terá significado tanto para tanta gente.
3. Os desafios desta nova Europa são tão delicados quanto paradoxais. Lado a lado estão os países do último alargamento, que veem na UE uma alavanca de crescimento, e os países fundadores ou da primeira vaga de adesão, que começam a olhar para a União como um travão ao seu crescimento. Ao mesmo tempo que se reconhece que não devia ter-se avançado para uma moeda única sem uma aprofundada coordenação ao nível da governação económica e financeira da UE, alguns Estados-Membros teimam em não abdicar da soberania orçamental e financeira. E se ao longo dos anos teimamos em condenar a ideia de "uma europa a duas velocidades", dificilmente poderá negar-se que, nunca como hoje, se sentiu uma tão marcada clivagem entre a europa do norte e a europa do sul. Contradições de uma europa que tarda em reencontrar-se.
4. Numa equipa em que se depositam importantes expectativas, Portugal logrou ficar com a pasta da Inovação, Ciência e Investigação. Carlos Moedas ficará, designadamente, responsável pela gestão de 80 mil milhões de euros do programa Horizonte 2020, destinados procurar fazer da UE um centro de investigação de excelência. A ciência, e a economia alavancada nas empresas de base científica e tecnológica, são uma aposta forte, pelo menos para os próximos anos e, na linha da frente, estará Portugal e um português. Carlos Moedas é um excelente nome. De resto, em termos absolutos, é uma boa pasta. E, em termos relativos - se pensarmos que se trata da equipa que sucede a um presidente da comissão português, e que optamos por não indicar uma mulher (valha a verdade, a ideia de indicar "uma mulher", como se o género em si mesmo devesse ser factor preferencial seria por si só desprestigiante para a escolhida) - é uma excelente pasta. Vir dizer agora que Juncker esperava a indicação deste ou daquele nome, que não ficamos com esta ou com aquela área porque não indicamos esta ou aquela personalidade ou, noutra versão, que tudo se fez para que a pasta fosse esta e não outra, não aproveita a ninguém. Só faz da pasta e do comissário uma ainda melhor escolha.
FRANCISCA ALMEIDA | 7:00 Domingo, 14 de setembro de 2014
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