ENTIDADES DO ALENTEJO LAMENTAM FALTA DE IMPORTÂNCIA DADA ÀS LIGAÇÕES DE SINES-BEJA-ESPANHA

por **Admin** Ter Fev 18, 2014 10:48 pm

Três entidades do Alentejo repudiaram hoje o relatório sobre infraestruturas de elevado valor acrescentado e manifestaram “grande preocupação” com o facto de não haver no documento qualquer “prioridade de intervenção” para o distrito de Beja.

A posição dos presidentes da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (NERBE/AEBAL) e da Turismo do Alentejo surge num comunicado conjunto enviado esta terça à agência Lusa.

Os presidentes das três entidades manifestam “preocupação ainda maior” por não haver no relatório referências à requalificação dos troços do IP2, entre São Manços e Castro Verde, e do IC27, entre Alcoutim e Beja, e o IP8 ficar “reduzido a uma via sem qualquer importância estratégica”.

No relatório, “o Baixo Alentejo nem existe enquanto possível corredor estratégico intermodal”, lamentam, referindo que “uma das poucas referências” ao IP8 diz que, com a requalificação da via, é “expectável” que “se verifique um aumento ligeiro da atratividade regional ao investimento e uma diminuição da sinistralidade na região”.

“Não é dada qualquer importância” às ligações entre o Porto de Sines, o aeroporto de Beja e Espanha, lamentam, frisando que “nada do que tem sido considerado como estruturante ou projeto estratégico para a região surge como prioritário ou relevante” no relatório.

Segundo os presidentes das três entidades, aquelas vias de comunicação são “de grande importância para a promoção do desenvolvimento económico-social” do Baixo Alentejo, “reforçando a eficácia dos três projetos estruturantes” para a região, ou seja, Porto de Sines, aeroporto de Beja e Alqueva.

A “potenciação” destes projetos “requer a dinamização de uma rede de serviços e estruturas de ligação entre as atividades económicas e as infraestruturas de mobilidade territorial”, sem a qual o Baixo Alentejo continua “a ter graves condicionalismos ao desenvolvimento regional e à promoção da coesão social e territorial”.

Os presidentes das três entidades referem não compreender como é que o relatório pretende definir projetos prioritários e recomendações que contribuam para potenciar a competitividade da economia nacional e do tecido empresarial sem negligenciar a coesão territorial “se todos os investimentos prioritários” para o Baixo Alentejo “são completamente esquecidos ou relegados para o futuro”.

O grupo de trabalho para as infraestruturas de elevado valor acrescentado apresentou ao Governo, no final de janeiro, um relatório em que define 30 projetos prioritários de obras públicas até 2020, num investimento total de 5.103.8 milhões de euros.

Em relação ao distrito de Beja, o relatório, no setor rodoviário, propõe a conclusão da requalificação do troço Santa Margarida do Sado/Beja do IP8 após 2016 e antes do fim do Quadro Comunitário de Apoio (QCA) para o período 2014/2020.

No setor ferroviário, o relatório propõe a conclusão da eletrificação do troço Casa Branca/Beja, da Linha do Alentejo, após o QCA, e do troço entre Ourique e as minas de Neves Corvo, da Linha do Sul, após 2016 e antes do fim do QCA.

No setor aeroportuário, o relativo indica recomendações para se ultrapassar “a falta de dinamização comercial” do aeroporto de Beja.

Lusa/Zoom online
Foto: CMSines
Publicado em Fevereiro 11, 2014

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