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O homem que inventou Singapura

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O homem que inventou Singapura Empty O homem que inventou Singapura

Mensagem por Admin Qui Mar 26, 2015 5:15 pm

O homem que inventou Singapura Img_126x126$2014_09_23_15_09_14_233329

No dealbar do milénio, Lee Kuan Yew estimava ser necessária mais uma geração para que os padrões artísticos, sociais e culturais de Singapura atingissem o nível da "infra-estrutura de Primeiro Mundo" criada na cidade-estado.


 
Onze anos depois, quando o seu Partido de Acção Popular (PAP) só obteve 60% dos votos - conseguindo graças ao enviesamento do sistema eleitoral 81 dos 87 mandatos parlamentares -, o antigo chefe de governo entre 1959 e 1990, ministro sénior até 2004 e, posteriormente, ministro mentor, abandonou definitivamente a política activa.
 
A greve ilegal de motoristas imigrantes da China ao serviço de uma empresa pública de transportes em Novembro de 2012 chegou depois para demonstrar que as tensões pela presença de 1,23 milhões de trabalhadores estrangeiros (um terço da força de trabalho) tinham criado dilemas inusitados.
 
Uma paisagem deslumbrante
 
Lee domara o movimento sindical a cujo serviço como advogado iniciara a carreira (a última greve legal ocorrera em 1986) para criar um regime político assente numa rede de patrocínio, repressão para atemorizar opositores, controlo estrito de recursos e concertação entre administração pública, patronato e sindicatos.
 
Inteligência rara, crente no superior património genético das elites, Lee apostou na meritocracia enquadrada num sistema administrativo e legal, politicamente subordinado ao poder, mas incorruptível a interesses pessoais ou corporativos, para um projecto desenvolvimentista e de consolidação de um Estado-nação multiétnico.   
 
Na hora da morte, aos 91 anos, Lee é incompreendido por boa parte das novas gerações que gozam privilégios materiais e confortos numa das sociedades mais desenvolvidas e ricas do planeta, onde segurança e liberdades básicas estão asseguradas desde que ambições políticas não ameacem o poder instituído.
 
O escárnio pelas prédicas eugenistas, uma taxa de natalidade baixíssima (1,37 nascimentos por mulher), a contestação ao paternalismo e autoritarismo do PAP, e a inquietação pelas assimetrias de rendimentos e a carestia de vida, acentuadas pela imigração de novos-ricos da China, milionários indonésios ou trabalhadores indiferenciados das Filipinas ou Tailândia, fazem agora parte da deslumbrante paisagem de Singapura.      
 
Criar a nação
 
Lee, à frente do governo autónomo desde 1959, viu falhar em apenas dois anos o projecto de integração na Federação da Malásia quando as elites malaias repudiaram as ambições políticas do PAP e expulsaram Singapura em 1965.
 
Carente de recursos naturais, dependente do abastecimento de água através do Estreito de Johor, o futuro da cidade, onde a maioria chinesa coexistia com malaios e indianos (predominantemente de origem tamil), era incerto e a seu favor contava, sobretudo, a tradição de entreposto comercial das Possessões dos Estreitos criadas pelo Reino Unido no início do século XIX e um legado judicial e administrativo de matriz britânica.
 
Alinhamento anticomunista, imposição de serviço militar obrigatório masculino de dois anos e elevado investimento na defesa, abertura ao investimento estrangeiro - da refinação às indústrias electrónicas - ou planeamento urbano na base do exemplo da Holanda foram opções da primeira hora.
 
Prioridade à educação em inglês - com mandarim, malaio e tamil como demais línguas oficiais -, formação de conglomerados de empresas estatais, baixa carga fiscal, imposição de esquemas individuais obrigatórios de aforro, contam-se, também, entre as linhas estratégicas seguidas pelo PAP.    
 
A criação de um Estado-nação, implicando essencialmente partilha de valores e anseios comuns, aposta de Lee e das chefias do PAP, onde sobressaiam Goh Keng Swee e Sinnathamby Rajarathnam, passou, igualmente, pelo investimento na habitação social, evitando formação de enclaves étnicos, e a prestação acessível de cuidados de saúde.
 
Mão de ferro
 
A par da expansão de infra-estruturas, serviços de qualidade e extensas áreas verdes, o centro financeiro do Estreito de Malaca cresceu sob o jugo de um administrativismo político de mão pesadíssima.
 
Subserviência da comunicação social, repressão de opositores comunistas e demais subversivos, processos judiciais ruinosos contra dissidentes e media estrangeiros, promoção de um consumismo apolítico, disciplina, higiene e bom porte, crença na neutralidade tecnocrática, criaram uma Singapura bem-sucedida.
 
Claudica a vertente crítica e criativa, inclusivamente empresarial, que Lee ambicionava para o novo milénio e a transição bem-sucedida no PAP, liderado por Hsien Loong, filho mais velho do patriarca, não esconde dúvidas sobre o futuro.
 
O encontro com Deng
 
Ainda que por muito tempo Singapura venha a permanecer como uma cidade invejável, a atracção política de um modelo de desenvolvimentismo autoritário esvanece-se, mas deixa uma convergência inesperada para a História.
 
A sintonia entre o pragmatismo do anticomunista Lee e do comunista Deng Xiaoping muito contribuiu para alentar as reformas na China a partir do final dos anos 70.
 
Alinhar os salários de funcionários sujeitos a escrutínio de competência e de políticos pelos valores mais altos do sector privado, assegurando, também, aumentos por via de ganhos de produtividade, ou reproduzir formas de controlo garantindo liberdades básicos, opções eleitorais condicionadas e um sistema judicial irrepreensível, ainda que enviesado politicamente, não estão ao alcance da China.
 
Deng teria isso em conta, mas o êxito de Singapura muito contribuiu para que enveredasse pela experiência das Zonas Económicas Especiais como um dos eixos do esforço das reformas a par da descolectivação da agricultura.   
 
A precaução estratégica
 
Lee, melhor do que ninguém, diagnosticava brutalmente impasses e contingências, mas também sabia avançar por caminhos ínvios e precaver-se.
 
Uma passagem do segundo volume de memórias "From Third World to First" (2000) ilustra perfeitamente o seu realismo estratégico.
 
Conta Lee ter sido apanhado de surpresa pela devastação sistemática de Timor-Leste, em 1999, pelas milícias apoiadas pelas forças armadas indonésias.
 
Tratou-se de algo contraproducente, mas, constata, "muitas coisas que não fazem sentido têm acontecido e, por isso, Singapura, como outros países da 'Associação das Nações do Sudeste Asiático' evitaram envolver-se na questão de Timor-Leste".
 
É a filosofia e a súmula da sapiência de um político maior preso às condicionantes da pequenez dos seus domínios e armadilhas dos preconceitos.            
  

Jornalista

25 Março 2015, 19:05 por João Carlos Barradas
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