Conselho Português de Carregadores assinalou 30º aniversário com análise ao TTIP

O Conselho Português de Carregadores (CPC) realizou, esta quinta-feira, um evento de comemoração dos seus 30 anos de atividade, aproveitando a ocasião para lançar já o futuro a breve prazo, debatendo o tema do Acordo Transatlântico do Comércio (TTIP na sigla inglesa).

No evento, que mais do que de comemoração foi de trabalho, estiveram presentes os Secretários de Estado dos Transportes e Infraestruturas (Sérgio Monteiro) e dos Assuntos Europeus (Bruno Maçães), para além de antigos presidentes do CPC e nomes ilustres do setor.

Mas foi Pedro Galvão, presidente do CPC, quem falou primeiro, lembrando um pouco a história do CPC, criado em 1985 logo com a ideia de "fazer ouvir-se em Bruxelas, com a entrada no Conselho Europeu de Carregadores". 

Depois de analisar o caminho feito até aqui, identificou três realidades que ainda falta concretizar e que considera vitais neste momento para o setor: a renegociação das concessões portuárias; a legislação sobre as concessões portuárias de nova geração; a entrada em operação da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

Para sublinhar a data, a CARGO levantou três questões a Pedro Galvão, presidente do Conselho Português de Carregadores, e abordou 30 anos de caminho, momentos, e desafios.

Audio - http://www.cargoedicoes.pt/site/Default.aspx?tabid=380&id=11163&area=Cargo

Mas Pedro Galvão lembrou ainda as pessoas que sedimentaram o Conselho Português de Carregadores:  "As pessoas que colaboram com o CPC ao longo destes anos, foram várias direcções, vários membros dos corpos sociais, todos eles tiveram grande impacto para o que é o CPC agora, que é uma associação respeitada no sector, e que é graças a essas pessoas que o CPC é o que é hoje," destacou.
  .
Bruno Maçães teve a responsabilidade de analisar, de forma aprofundada, a questão do TTIP e as repercussões esperadas para Portugal. Ele que tem acompanhado o processo de perto junto de Bruxelas. E, na sua intervenção, considerou importante contrariar três mitos em torno desta parceria: o de que é apenas uma ideia teórica e não se vai concretizar ou, a concretizar, só daqui a muito tempo; o de que o TTIP será importante apenas para os grandes países; o de que vai beneficiar apenas as grandes multinacionais.

O Secretário de Estado dos Assuntos Europeus deu ainda alguns dados de um estudo que mostra o potencial muito interessante para Portugal. E salienta mesmo que "Portugal pode beneficiar mais rápido do TTIP do que a UE como um todo porque algumas das tarifas mais elevadas que existem são sobre setores nos quais somos fortes, como o têxtil e o calçado". A eliminação dessas tarifas será, por isso, muito proveitosa.

Bruno Maçães considerou ainda que o TTIP se constitui mais como oportunidade do que como ameaça para Portugal e para a nossa indústria, até porque, considera, a indústria exportadora portuguesa encaixa na norte-americana.

27.03.2015
CARGO Edições,Lda © 2015