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No futuro
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No futuro
No futuro, estaremos todos mortos (Keynes). Mas antes disso, ainda teremos oportunidade para ver campos agrícolas que se cultivam a si próprios, fábricas robotizadas a 99%, escolas digitais em que professores virtuais ensinam jovens, jornais que se escrevem sozinhos, automóveis auto-conduzidos. Sim, parece ficção científica, mas já ai estão protótipos disto tudo e agora é dar tempo ao tempo para que estas coisas populem por ai. Um número importante: hoje somos 7 mil milhões sobre a Terra, mas em 2080 atingirimos as 14 mil milhões de almas. E é cada vez mais evidente o poderoso movimento migratório que estatelará, finalmente, as fronteiras económicas e sociais entre o norte e o sul. O mundo será cada vez mais único e não uma coleção de pequenos castelos onde vivem os ricos e de aldeias muito grandes onde vivem os pobres (goste-se da ideia, ou não). A não ser que matem os pobres todos, o que me parece uma solução extrema e largamente inviável.
O século XX trouxe a grande depressão, duas guerras mundiais, a bomba atómica, mas também uma torrente enorme de inovações tecnológicas. O século XXI verificará um crescimento ainda mais exponencial destas inovações e progressos técnicos e científicos. Seremos mais, viveremos o dobro dos anos, em maior igualdade e mais desocupados (porque as máquinas tenderão a fazer, de forma mais eficaz, tudo o que hoje nos dá emprego). Há, no entanto, uma equação que não sei resolver: se cada vez há mais pessoas no mundo e se cada vez há mais máquinas a fazer o trabalho humano de forma mais rentável (atirando mais pessoas para o desemprego), onde encontraremos ocupação para pagar salários a tanta gente em idade ativa? Às vezes, imagino que lá no futuro, as pessoas tenderão a trabalhar (no sentido proletário e duro da palavra) muito pouco. Ou então, isto ainda arrebenta tudo primeiro.
Escreve à sexta-feira
José Diogo Madeira
18/09/2015 08:00
Jornal i
O século XX trouxe a grande depressão, duas guerras mundiais, a bomba atómica, mas também uma torrente enorme de inovações tecnológicas. O século XXI verificará um crescimento ainda mais exponencial destas inovações e progressos técnicos e científicos. Seremos mais, viveremos o dobro dos anos, em maior igualdade e mais desocupados (porque as máquinas tenderão a fazer, de forma mais eficaz, tudo o que hoje nos dá emprego). Há, no entanto, uma equação que não sei resolver: se cada vez há mais pessoas no mundo e se cada vez há mais máquinas a fazer o trabalho humano de forma mais rentável (atirando mais pessoas para o desemprego), onde encontraremos ocupação para pagar salários a tanta gente em idade ativa? Às vezes, imagino que lá no futuro, as pessoas tenderão a trabalhar (no sentido proletário e duro da palavra) muito pouco. Ou então, isto ainda arrebenta tudo primeiro.
Escreve à sexta-feira
José Diogo Madeira
18/09/2015 08:00
Jornal i
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