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Afinal, os bancos somos todos
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Afinal, os bancos somos todos
No calor da recapitalização da CGD, vale a pena refletir sobre como os contribuintes acabam por pagar, de formas diversas, a ineficácia de um setor cujo modelo de negócio tradicional parece estar esgotado.
Seja por via da injeção de capital nos bancos públicos, dos resgates dos bancos privados ou das pretensas nacionalizações dos bancos falidos, o dinheiro de todos nós é o bálsamo que cura as feridas provocadas por um coletivo que consegue sempre beneficiar em privado dos lucros e socializar as perdas, numa espécie de “socialismo para ricos”. Por isso, há quem diga que, na realidade, toda a banca de dimensão é essencialmente pública, porque a solução para os seus problemas traslada-se para a dívida soberana, transformando assim o que originalmente era um assunto privado numa causa pública.
É verdade que vivemos tempos demasiado interessantes para a banca e para os banqueiros: taxas negativas, rentabilidade minguante, reputação erodida, ameaça da digitalização e aumento da regulação. Mas uma parte dessa situação é consequência do estaticismo de um coletivo que, em vez de procurar adaptar-se às mudanças radicais da sociedade, tem-se convertido num mamute que se serve a si próprio. E todos sabemos qual foi o destino do mamute no processo de evolução das espécies.
Como consequência desses desafios e do imobilismo do setor, a dimensão da banca planetária encolheu 20% nos últimos anos. Conforme diminui o atrativo para investir nos bancos, aumentam as vozes que apelam ao reforço da banca pública. Mas não me lembro de nenhum país em que a banca pública tenha funcionado. Nem os bancos alemães, nem a banca regional italiana nem as inefáveis cajas espanholas são um exemplo a seguir. Em alternativa, a criação de um banco “mau”, cuja denominação sempre me pareceu mais orientada para apresentar os outros bancos como “bons” do que para capturar a realidade, também não parece ser a melhor opção para resolver estruturalmente os problemas do modelo de negócio do setor.
O sistema financeiro precisa de soluções profundas e urgentes. Esteve na origem da crise e a resolução dos seus problemas também antecipará o seu final. Até à data, a melhor solução parece ser a encontrada pela Islândia, que decidiu acabar com os bancos falidos. E, para o resto dos bancos, deveríamos também aplicar receitas nórdicas, de forma a transformá-los em bancos “tipo IKEA”, desmontáveis e arrumáveis sem dificuldade.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
Xavier Rodríguez Martín, Gestor
Económico
Seja por via da injeção de capital nos bancos públicos, dos resgates dos bancos privados ou das pretensas nacionalizações dos bancos falidos, o dinheiro de todos nós é o bálsamo que cura as feridas provocadas por um coletivo que consegue sempre beneficiar em privado dos lucros e socializar as perdas, numa espécie de “socialismo para ricos”. Por isso, há quem diga que, na realidade, toda a banca de dimensão é essencialmente pública, porque a solução para os seus problemas traslada-se para a dívida soberana, transformando assim o que originalmente era um assunto privado numa causa pública.
É verdade que vivemos tempos demasiado interessantes para a banca e para os banqueiros: taxas negativas, rentabilidade minguante, reputação erodida, ameaça da digitalização e aumento da regulação. Mas uma parte dessa situação é consequência do estaticismo de um coletivo que, em vez de procurar adaptar-se às mudanças radicais da sociedade, tem-se convertido num mamute que se serve a si próprio. E todos sabemos qual foi o destino do mamute no processo de evolução das espécies.
Como consequência desses desafios e do imobilismo do setor, a dimensão da banca planetária encolheu 20% nos últimos anos. Conforme diminui o atrativo para investir nos bancos, aumentam as vozes que apelam ao reforço da banca pública. Mas não me lembro de nenhum país em que a banca pública tenha funcionado. Nem os bancos alemães, nem a banca regional italiana nem as inefáveis cajas espanholas são um exemplo a seguir. Em alternativa, a criação de um banco “mau”, cuja denominação sempre me pareceu mais orientada para apresentar os outros bancos como “bons” do que para capturar a realidade, também não parece ser a melhor opção para resolver estruturalmente os problemas do modelo de negócio do setor.
O sistema financeiro precisa de soluções profundas e urgentes. Esteve na origem da crise e a resolução dos seus problemas também antecipará o seu final. Até à data, a melhor solução parece ser a encontrada pela Islândia, que decidiu acabar com os bancos falidos. E, para o resto dos bancos, deveríamos também aplicar receitas nórdicas, de forma a transformá-los em bancos “tipo IKEA”, desmontáveis e arrumáveis sem dificuldade.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
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Xavier Rodríguez Martín, Gestor
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