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O fim das notas e das moedas... e da privacidade
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O fim das notas e das moedas... e da privacidade
Quem paga os seus impostos corretamente não precisa de revelar como gosta de gastar o seu dinheiro. Mas, como já se percebeu, o dinheiro será um objeto de museu dentro de pouco tempo
Há mais de 30 anos, um amigo contou-me que os telefones fixos de casa tenderiam a desaparecer, pois seriam substituídos pelos telemóveis. A afirmação tinha como origem o que se passava então na Suécia, pois como trabalhava nos antigos TLP - Telefones de Lisboa e Porto, esse meu amigo tinha ido ao país escandinavo aprender os avanços tecnológicos. A realidade não demorou muito a chegar a Portugal e ao resto do mundo. Ainda recentemente constatei que mesmo em aldeias recônditas de Angola, por exemplo, onde as únicas casas existentes são palhotas, os habitantes não prescindem do telemóvel.
Vem esta conversa a propósito do que se passa na Suécia em relação ao dinheiro vivo: apenas dois por cento do dinheiro movimentado no país no ano passado envolveram notas e moedas. Mesmo as igrejas já não passam o tradicional cesto entre os fiéis, pois à saída recebem um número para onde podem transferir a sua doação. Há mesmo cidades onde as lojas se recusam a receber dinheiro vivo, pois preferem as transações eletrónicas. Dentro de cinco anos, diz--se, as notas e as moedas serão banidas dos países escandinavos.
Esta realidade demorará alguns anos até chegar a países como o nosso, mas vai ser um facto, mais cedo ou mais tarde. O que levanta algumas questões pertinentes: a primeira, e mais importante, é onde acaba a nossa privacidade? O Estado tem o direito de saber onde e quando é que gastamos todos os nossos cêntimos? Fará algum sentido estarmos com a nossa vida nas mãos de computadores que revelarão todos os nossos passos? Pode dizer-se que quem não deve não teme, mas a privacidade não é um direito do Estado, mas sim de todos os cidadãos. Quem paga os seus impostos corretamente não precisa de revelar como gosta de gastar o seu dinheiro. Mas, como já se percebeu, o dinheiro será um objeto de museu dentro de pouco tempo.
Ah! E será mesmo seguro fazer toda a nossa vida através de pagamentos eletrónicos? As fraudes não irão aumentar? Pode ser que não.
20/06/2016
Vítor Rainho
vitor.rainho@newsplex.pt
Jornal i
Há mais de 30 anos, um amigo contou-me que os telefones fixos de casa tenderiam a desaparecer, pois seriam substituídos pelos telemóveis. A afirmação tinha como origem o que se passava então na Suécia, pois como trabalhava nos antigos TLP - Telefones de Lisboa e Porto, esse meu amigo tinha ido ao país escandinavo aprender os avanços tecnológicos. A realidade não demorou muito a chegar a Portugal e ao resto do mundo. Ainda recentemente constatei que mesmo em aldeias recônditas de Angola, por exemplo, onde as únicas casas existentes são palhotas, os habitantes não prescindem do telemóvel.
Vem esta conversa a propósito do que se passa na Suécia em relação ao dinheiro vivo: apenas dois por cento do dinheiro movimentado no país no ano passado envolveram notas e moedas. Mesmo as igrejas já não passam o tradicional cesto entre os fiéis, pois à saída recebem um número para onde podem transferir a sua doação. Há mesmo cidades onde as lojas se recusam a receber dinheiro vivo, pois preferem as transações eletrónicas. Dentro de cinco anos, diz--se, as notas e as moedas serão banidas dos países escandinavos.
Esta realidade demorará alguns anos até chegar a países como o nosso, mas vai ser um facto, mais cedo ou mais tarde. O que levanta algumas questões pertinentes: a primeira, e mais importante, é onde acaba a nossa privacidade? O Estado tem o direito de saber onde e quando é que gastamos todos os nossos cêntimos? Fará algum sentido estarmos com a nossa vida nas mãos de computadores que revelarão todos os nossos passos? Pode dizer-se que quem não deve não teme, mas a privacidade não é um direito do Estado, mas sim de todos os cidadãos. Quem paga os seus impostos corretamente não precisa de revelar como gosta de gastar o seu dinheiro. Mas, como já se percebeu, o dinheiro será um objeto de museu dentro de pouco tempo.
Ah! E será mesmo seguro fazer toda a nossa vida através de pagamentos eletrónicos? As fraudes não irão aumentar? Pode ser que não.
20/06/2016
Vítor Rainho
vitor.rainho@newsplex.pt
Jornal i
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