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Funchal, a nossa sala
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Funchal, a nossa sala
É uso dizer-se que o Funchal é um grande anfiteatro. É essa a perceção fácil de quem chega e percebe-se porquê: a nossa generosa baía estende-se como um palco e a nossa orografia peculiar levanta a cidade até às colinas de uma forma quase metódica, quais bancadas erigidas para presenciar um dito espetáculo em particular.
O Funchal é um anfiteatro na forma, mas também é no conteúdo. Porque o tem no código genético, esculpido na pedra do mar à serra, mas também no potencial para concretizá-lo no resto do tempo.
Na segunda quinzena de Julho, inaugurámos o Verão com aquele que consideramos o nosso evento-âncora, e que terá sido, com pouca margem a dúvidas, o melhor Funchal Jazz de sempre. Não era fácil fazer o melhor de sempre, e quem frequenta bem saberá, porque o festival tem apresentado um nível incólume de tão alto, ano após ano. Ainda assim, e uma vez mais, só quem não tenha passado pelo Parque de Sta. Catarina poderá pôr em causa o carisma envolvente, o glamour e a qualidade assombrosa daquele que é hoje, e por mérito próprio, um dos melhores festivais de Jazz do mundo.
A Estratégia Municipal de Turismo do Funchal, tornada pública no início deste ano, era clara quando traduzia o nosso papel no Turismo da Madeira, e na forma como o Funchal teria de ser, sempre, uma força motriz daquilo que a própria Região pode ambicionar oferecer. O Funchal deve ser um espaço de experiências únicas, que transcendam as suas maravilhosas condições naturais, e permitam oferecer aos residentes e aos turistas o melhor do que se faz no país e, porque não, no estrangeiro. O Funchal deve assumir-se, de pleno direito, como a Capital Cultural do Atlântico, e não ter pejo de encarar a sua Cultura como uma das suas orgulhosas imagens de marca. Uma Cultura democratizada, tão apelativa e atual, quanto realmente ao alcance do maior número de pessoas possível.
Conseguirmos trazer ao Funchal nomes como Antonio Sánchez, Rudresh Mahanthappa e, claro, o monumental Gregory Porter, ao mesmo tempo e a preços efetivamente acessíveis para o grande público, é o tipo de conquista que nunca deve passar em claro. Hoje, o Jazz é uma bandeira do Funchal, que fala pela excelência, pela classe e pela capacidade de diferenciação, e é a pedra sobre a qual se deve construir todo o resto.
O calendário, porém, não pára no que está adquirido, nem pára a vontade de fazer sempre mais. Esta semana, tivemos no Parque de Sta. Catarina a primeira edição de um evento musical criado por nós para alavancar a agenda de espetáculos da cidade em agosto: o Funchal Sound 2016 respondeu-nos com uma enchente de juventude memorável, que acorreu ao Miradouro da Capela, ali bem no coração da cidade, acometida de um entusiasmo contagiante, próprio da idade e próprio da estação. As entradas foram livres, porque o objetivo era criar centralidade e criar essa disposição de que o grande Verão ilhéu também passa, e em muito, pela capital.
Segue-se, no próximo dia 20 de agosto, o concerto do Dia da Cidade – outra data cultural criada por este Executivo –, com os míticos Trovante. É um grupo que vive no nosso ideário coletivo há 40 anos e que, de há muito tempo a esta parte, se vai reservando a aparições bastante exclusivas pelo país. Dentro de duas semanas, teremos, pois, o prazer de poder rever Luís Represas e João Gil numa viagem pelo tempo, que materializa de forma bastante percetível o que pode ser uma experiência única. Os concertos do Dia da Cidade (no ano passado, Mariza), como os concertos comemorativos do 25 de Abril (Camané, Deolinda) ou, ainda, o Fica na Cidade – um festival urbano sem paralelo na Madeira, e que nesta sua 2ª edição cresceu a todos os níveis –, já são um legado do que é trazer os melhores e trazê-los pelas boas razões.
Quando o Município não promove, apoia, e é por isso que festivais como o Aleste, o NOS Summer Opening ou o MEO Sons do Mar tiveram ou terão, igualmente, o cunho omnipresente da marca Funchal, uma cidade com a coragem de assumir que a sua Cultura não é um parente pobre e que, pela Cultura, está-se sempre mais perto de crescer, enquanto morada e enquanto cidadãos.
Acreditámos, desde a primeira hora, que era este o caminho e, felizmente, os funchalenses têm-nos dado razão, com casas cheias a cada vez, numa sala de festas tão especial, tão intrínseca e, afinal, tão nossa, como é suposto ser qualquer cidade digna desse nome.
Paulo Cafôfo
Diário de Notícias da Madeira
Sexta, 5 de Agosto de 2016
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