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O que a China nos quis dizer
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O que a China nos quis dizer
Promessas de desenvolvimento da China e de construção do Estado de direito, garantias de combate à corrupção, citações de Mao Tsé-tung, críticas à defunta União Soviética, comparações autoelogiosas com os Estados Unidos. Durante hora e meia, Yuan Shuhong, subdiretor do Gabinete dos Assuntos Legislativos do Conselho de Estado, explicou a um grupo de convidados da embaixada em Lisboa os resultados da recente 6.ª reunião plenária do 18.º Congresso do PC Chinês. "O Partido tem uma grande ambição de servir o povo", enfatizou Yuan.
Falou-se do fim dos banquetes por tudo e por nada, da redução drástica dos governantes com viatura oficial, das regras para familiares dos líderes, até do milhão de funcionários punidos nos últimos anos, já com Xi Jinping como presidente. O orador, com cargo equivalente a vice-ministro, discursava a uma audiência de "amigos portugueses" que ia do último governador de Macau ao provedor de Justiça, passando por deputados.
Sentados à mesa na sala de espelhos do Palacete da Lapa estavam 26 pessoas, incluindo o embaixador Cai Run e a tradutora de mandarim para português. Outros tantos nas cadeiras em segunda fila. Todos os presentes perceberam a mensagem: a China tem como objetivo tornar-se uma sociedade moderadamente desenvolvida, o PC continuará a comandar o Estado, Xi não tolerará corruptos que ponham em causa a legitimidade da liderança, os erros da nomenclatura soviética não serão repetidos, e um país com cinco mil anos não aceita lições de ninguém. É interessante que a China faça questão de isto ser ouvido em Portugal de viva voz.
Mao, o fundador da República Popular em 1949, foi várias vezes citado. Numa delas, falou-se de que "quando um pêssego é cortado só tem um núcleo". A tradutora deveria ter dito "caroço", mas a palavra usada é adequada: não serão admitidos desafios ao poder central e Xi defenderá "a confiança no sistema capitalista de características chinesas". Também houve referência a Deng Xiaoping, o pai das reformas pós-1978, que fizeram da China a segunda maior economia mundial.
Surpreendentes foram as alusões aos Estados Unidos, desde as críticas a candidatos presidenciais que, um, mostrava segredos nacionais, e o outro não mostrava as contas, até à minimização do Obamacare perante os 95% de chineses com acesso ao sistema público de saúde. Quanto à Rússia, só o recordar que no próximo ano se assinala o centenário da revolução bolchevique mas que a União Soviética não chegou sequer a fazer 75 anos porque os dirigentes se afastaram do povo. "É preciso não esquecer as nossas origens", acentuou Yuan, confiando que quem o ouvia sabia que Xi, o modernizador que até com a defesa do ambiente se diz preocupar, é filho de um guerrilheiro que combateu ao lado de Mao.
05 DE DEZEMBRO DE 2016
00:00
Leonídio Paulo Ferreira
Diário de Notícias
Falou-se do fim dos banquetes por tudo e por nada, da redução drástica dos governantes com viatura oficial, das regras para familiares dos líderes, até do milhão de funcionários punidos nos últimos anos, já com Xi Jinping como presidente. O orador, com cargo equivalente a vice-ministro, discursava a uma audiência de "amigos portugueses" que ia do último governador de Macau ao provedor de Justiça, passando por deputados.
Sentados à mesa na sala de espelhos do Palacete da Lapa estavam 26 pessoas, incluindo o embaixador Cai Run e a tradutora de mandarim para português. Outros tantos nas cadeiras em segunda fila. Todos os presentes perceberam a mensagem: a China tem como objetivo tornar-se uma sociedade moderadamente desenvolvida, o PC continuará a comandar o Estado, Xi não tolerará corruptos que ponham em causa a legitimidade da liderança, os erros da nomenclatura soviética não serão repetidos, e um país com cinco mil anos não aceita lições de ninguém. É interessante que a China faça questão de isto ser ouvido em Portugal de viva voz.
Mao, o fundador da República Popular em 1949, foi várias vezes citado. Numa delas, falou-se de que "quando um pêssego é cortado só tem um núcleo". A tradutora deveria ter dito "caroço", mas a palavra usada é adequada: não serão admitidos desafios ao poder central e Xi defenderá "a confiança no sistema capitalista de características chinesas". Também houve referência a Deng Xiaoping, o pai das reformas pós-1978, que fizeram da China a segunda maior economia mundial.
Surpreendentes foram as alusões aos Estados Unidos, desde as críticas a candidatos presidenciais que, um, mostrava segredos nacionais, e o outro não mostrava as contas, até à minimização do Obamacare perante os 95% de chineses com acesso ao sistema público de saúde. Quanto à Rússia, só o recordar que no próximo ano se assinala o centenário da revolução bolchevique mas que a União Soviética não chegou sequer a fazer 75 anos porque os dirigentes se afastaram do povo. "É preciso não esquecer as nossas origens", acentuou Yuan, confiando que quem o ouvia sabia que Xi, o modernizador que até com a defesa do ambiente se diz preocupar, é filho de um guerrilheiro que combateu ao lado de Mao.
05 DE DEZEMBRO DE 2016
00:00
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