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Informação privilegiada?
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Informação privilegiada?
Draghi actualizou o impacto das intervenções na economia. Mas fica a dúvida perante o parco resultado: não é preferível ter um banco central que dê dinheiro directamente às pessoas e às empresas?
Se há algo interessante em observar os mercados é o facto de se tornar perceptível quando alguém tem acesso a uma informação que só será divulgada numa fase posterior. Vem isto a propósito do resultado do referendo em Itália e da decisão do BCE em prolongar os estímulos monetários. Quando Matteo Renzi apresentou a sua demissão, a perspectiva para a abertura das bolsas europeias era de forte queda. Após a abertura do mercado europeu, bastaram 3 minutos para que as perdas fossem anuladas.
Podemos arranjar as desculpas que quisermos. Por exemplo, que não haverá vazio político, uma vez que o ministro das Finanças italiano, o Sr. Padoan, pode estar disponível para liderar um governo interino, ou que a Europa tem de responder a esta onda populista com mais estímulos económicos. Mas o facto é que “alguém” comprou mais de 3 mil milhões de euros em futuros do índice alemão em 5 minutos, assim que o mercado de acções abriu. Para além do índice alemão, o dinheiro fluiu para as acções europeias de forma raramente vista, no que pode ser descrito como a antecipação de uma decisão do BCE. Coincidência?
Em 2015, os membros do BCE foram proibidos de falar com instituições financeiras dias antes das reuniões do banco central e obrigados a publicar a sua agenda. Isto porque algumas decisões tinham sido “antecipadas” pelo mercado e havia a preocupação de que alguns membros pudessem estar a falar demais.
Na quinta-feira, 8 de Dezembro, o BCE tomou outra decisão histórica: aumentar o seu balanço em mais 540 mil milhões de euros até final de 2017, para 4,2 biliões de euros, ou 25 vezes a riqueza nacional, decisão que beneficiaria em muito o mercado accionista. Mas Draghi avisou que o estímulo não fica por aqui, até porque não é possível terminar um programa de compras desta envergadura nem num mês, nem em seis meses.
Com a confirmação que terminaram eventuais problemas de liquidez no euro durante as eleições francesas e alemãs, os mercados accionistas europeus recuperaram o atraso face ao desempenho das bolsas americanas. No final da semana, quem comprou 3 mil milhões de euros em futuros terá uma mais-valia de 180 milhões de euros. Apesar de Draghi ter avisado que pode existir uma bolha nos mercados, o melhor para o investidor é seguir o ditado adaptado à realidade – faz o que eu digo, não faças o que eu faço.
No final da conferência de imprensa, Draghi voltou a actualizar o impacto das intervenções na economia. Em termos acumulados, a zona euro cresceu mais 1,3% em três anos, 0,45% ao ano, do que cresceria caso não tivessem sido injectados mais de 2 biliões de euros na economia, ou 15% do PIB. Fica a dúvida perante este parco resultado: não é preferível ter um banco central que dê dinheiro directamente às pessoas e às empresas?
O autor escreve segundo a antiga ortografia.
Pedro Lino, Economista
00:08
Jornal Económico
Se há algo interessante em observar os mercados é o facto de se tornar perceptível quando alguém tem acesso a uma informação que só será divulgada numa fase posterior. Vem isto a propósito do resultado do referendo em Itália e da decisão do BCE em prolongar os estímulos monetários. Quando Matteo Renzi apresentou a sua demissão, a perspectiva para a abertura das bolsas europeias era de forte queda. Após a abertura do mercado europeu, bastaram 3 minutos para que as perdas fossem anuladas.
Podemos arranjar as desculpas que quisermos. Por exemplo, que não haverá vazio político, uma vez que o ministro das Finanças italiano, o Sr. Padoan, pode estar disponível para liderar um governo interino, ou que a Europa tem de responder a esta onda populista com mais estímulos económicos. Mas o facto é que “alguém” comprou mais de 3 mil milhões de euros em futuros do índice alemão em 5 minutos, assim que o mercado de acções abriu. Para além do índice alemão, o dinheiro fluiu para as acções europeias de forma raramente vista, no que pode ser descrito como a antecipação de uma decisão do BCE. Coincidência?
Em 2015, os membros do BCE foram proibidos de falar com instituições financeiras dias antes das reuniões do banco central e obrigados a publicar a sua agenda. Isto porque algumas decisões tinham sido “antecipadas” pelo mercado e havia a preocupação de que alguns membros pudessem estar a falar demais.
Na quinta-feira, 8 de Dezembro, o BCE tomou outra decisão histórica: aumentar o seu balanço em mais 540 mil milhões de euros até final de 2017, para 4,2 biliões de euros, ou 25 vezes a riqueza nacional, decisão que beneficiaria em muito o mercado accionista. Mas Draghi avisou que o estímulo não fica por aqui, até porque não é possível terminar um programa de compras desta envergadura nem num mês, nem em seis meses.
Com a confirmação que terminaram eventuais problemas de liquidez no euro durante as eleições francesas e alemãs, os mercados accionistas europeus recuperaram o atraso face ao desempenho das bolsas americanas. No final da semana, quem comprou 3 mil milhões de euros em futuros terá uma mais-valia de 180 milhões de euros. Apesar de Draghi ter avisado que pode existir uma bolha nos mercados, o melhor para o investidor é seguir o ditado adaptado à realidade – faz o que eu digo, não faças o que eu faço.
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O autor escreve segundo a antiga ortografia.
Pedro Lino, Economista
00:08
Jornal Económico
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