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Ainda vamos a tempo?
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Ainda vamos a tempo?
A propósito do lançamento do livro Europa: Reforma ou Declínio, organizado por Eduardo Paz Ferreira, a resposta que me ocorreu foi a que dá título a este artigo.
Que a Europa precisa de reforma é um consenso bolorento e bafiento, no qual estamos, grosso modo, há uma década. Na feliz expressão de Michael Schuman, já em 2010 fazia sentido questionar “Why Europe needs marriage counseling”. Quase 7 anos de disfuncionalidade depois, a pergunta só pode ser se ainda vamos a tempo.
Como a atual situação não só prejudica mais uns do que outros, como até beneficia uns poucos, seria o curso normal desta Europa acomodada e de acomodados, continuar a falar da necessidade de reformas, enquanto nada de minimamente relevante nesse sentido se faria. Entretanto, no geral, os europeus do Euro empobrecem. Os ganhos de uns não compensam as perdas de outras.
Os tempos de incerteza económica que aí vêm, são os de uma globalização que se esqueceu de ser justa, de uma América a quem o destino da Europa só interessa na medida em que esse destino sirva o atual presidente e os seus insondáveis desígnios geo-políticos, e de uma Rússia que não perdoa à Europa o alargamento a leste com a inclusão na União Europeia e na NATO de países que sempre viu como estando naturalmente na sua esfera de influência e quer vingança.
Como se tudo isto não bastasse, os efeitos desta tempestade apanharão a Europa mais debilitada desde o fim da segunda guerra mundial.
Uma Europa economicamente anémica, que vendeu os seus princípios e ainda pagou 6 mil milhões de euros para que um ditador lhe gira à distância, uma espécie de campo de refugiados em outsourcing, a braços com uma crise de natalidade geracional consumida pelas suas próprias pulsões populistas e que dificilmente se poderá afirmar como uma potência militar mundial se lhe faltar o apoio dos Estados Unidos.
Reformar ou não a Europa deixou ser questão de conforto ou progresso. Passou a ser questão de sobrevivência.
Os arrogantes, que sempre os há, que negam a possibilidade de uma desarticulação europeia pode vir a acontecer e, mesmo, a não ser pacífica são os mesmos que entre a I e a II Guerra Mundial desprezaram a possibilidade de se repetirem os horrores.
Não só a história não acabou como está nas nossas mãos escrevê-la. Por linhas direitas, se possível.
25.01.2017 às 7h00
MARCO CAPITÃO FERREIRA
Expresso
Que a Europa precisa de reforma é um consenso bolorento e bafiento, no qual estamos, grosso modo, há uma década. Na feliz expressão de Michael Schuman, já em 2010 fazia sentido questionar “Why Europe needs marriage counseling”. Quase 7 anos de disfuncionalidade depois, a pergunta só pode ser se ainda vamos a tempo.
Como a atual situação não só prejudica mais uns do que outros, como até beneficia uns poucos, seria o curso normal desta Europa acomodada e de acomodados, continuar a falar da necessidade de reformas, enquanto nada de minimamente relevante nesse sentido se faria. Entretanto, no geral, os europeus do Euro empobrecem. Os ganhos de uns não compensam as perdas de outras.
Os tempos de incerteza económica que aí vêm, são os de uma globalização que se esqueceu de ser justa, de uma América a quem o destino da Europa só interessa na medida em que esse destino sirva o atual presidente e os seus insondáveis desígnios geo-políticos, e de uma Rússia que não perdoa à Europa o alargamento a leste com a inclusão na União Europeia e na NATO de países que sempre viu como estando naturalmente na sua esfera de influência e quer vingança.
Como se tudo isto não bastasse, os efeitos desta tempestade apanharão a Europa mais debilitada desde o fim da segunda guerra mundial.
Uma Europa economicamente anémica, que vendeu os seus princípios e ainda pagou 6 mil milhões de euros para que um ditador lhe gira à distância, uma espécie de campo de refugiados em outsourcing, a braços com uma crise de natalidade geracional consumida pelas suas próprias pulsões populistas e que dificilmente se poderá afirmar como uma potência militar mundial se lhe faltar o apoio dos Estados Unidos.
Reformar ou não a Europa deixou ser questão de conforto ou progresso. Passou a ser questão de sobrevivência.
Os arrogantes, que sempre os há, que negam a possibilidade de uma desarticulação europeia pode vir a acontecer e, mesmo, a não ser pacífica são os mesmos que entre a I e a II Guerra Mundial desprezaram a possibilidade de se repetirem os horrores.
Não só a história não acabou como está nas nossas mãos escrevê-la. Por linhas direitas, se possível.
25.01.2017 às 7h00
MARCO CAPITÃO FERREIRA
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