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Quem manda no verdadeiro Dono Disto Tudo?
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Quem manda no verdadeiro Dono Disto Tudo?
O verdadeiro Dono Disto Tudo ("DDT") é o Banco Central Europeu ("BCE"), como já tive oportunidade de aqui revelar. Surpresa para muitos mas simples constatação de facto para alguns leitores. A questão seguinte é: e quem manda no BCE?
Não é só Marinho Pinto que já pensa na próxima etapa da sua carreira política fulgurante (ou fulminante?). Também Mario Draghi já anda a tratar da vidinha. E António Guterres. E Santana Lopes. E António Costa. E Rui Rio. Mas analisemos a sucessão de quem manda no verdadeiro DDT.
As eleições dos primeiros 3 presidentes do BCE envolveram sempre lutas políticas entre os principais estados europeus, tendo sido sempre escolhidos ex-presidentes dos bancos centrais dos seus países. Wim Duisenberg do banco central da Holanda, Jean-Claude Trichet do Banque de France e Mario Draghi do Banca d´Italia.
O mandato de 8 anos de Mario Draghi como homem forte do DDT acaba em Outubro de 2019. Mas a tentação de voltar antes ao seu país para capitalizar na experiência internacional e receber o prémio Carreira é muito grande.
Principalmente quando Giorgio Napolitano, actual Presidente de Itália desde 2006, aceitou com grande relutância continuar Presidente quando o seu mandato de 7 anos terminou em Abril 2013. Por isso é expectável que Giorgio renuncie em 2015 quando atingir a bonita idade de 90 anos. E Draghi é o claro favorito para substituí-lo. E Draghi sabe-o.
A dúvida consiste em saber se mais uma crise em Itália provocada pela renúncia de Giorgio deve e pode ser resolvida antecipadamente através de uma fase de transição na sua Presidência. O que iria antecipar a mudança de quem manda no BCE.
Na actual situação da Europa e da sua cada vez menor união, é inevitável que o Senhor que se segue seja o actual Presidente do Bundesbank alemão, Jens Weidmann.
Desta vez sem surpresa, depois de em 2011 Axel Weber (actual Presidente da UBS), seu antecessor no Bundesbank, ter rejeitado o cargo por antecipar difíceis condições para o seu sucesso.
A sua eleição será ainda mais controversa que as anteriores. Por ser alemão, claro, pois para os restantes Europeus seria um sinal que o controlo definitivo da Europa iria para Berlim. E para os alemães eurocépticos seria um sinal de enfraquecimento da resistência alemã à campanha Franco-Italiana de afastar a política económica e monetária europeia da estabilidade e austeridade. Campanha esta que foi reforçada pelo discurso de Draghi na 6ª feira passada.
Weidmann foi ex-assessor económico da nossa bem conhecida Chanceler alemã Angela Merkel, possuindo significativa experiência política, fortes conhecimentos económicos e financeiros, bem como ideias próprias sobre o caminho a seguir pela Europa. Defende nomeadamente que a solução europeia passa pelos governos dos países e não pelos seus bancos centrais, nem pelo BCE. É um bom princípio porque os governos são eleitos e os banqueiros centrais não.
As suas capacidades políticas e diplomáticas têm sido evidentes na relação do Bundesbank com o BCE nos últimos 3 anos. O facto de falar Francês constitui uma vantagem na difícil relação actual e expectavelmente futura com França, podendo servir para dar más notícias de forma mais convincente e conciliatória.
Defende o aumento de salários na Alemanha em 3% (1% acima da inflação como crescimento da produtividade), pois entende que a união económica e monetária só é viável quando a inflação na Alemanha for superior à inflação dos países em dificuldades.
Defende igualmente um referendo na Alemanha para decidir até onde estão os alemães dispostos a ir e a ceder para a integração europeia.
Muitos dirão que ter um alemão a mandar no BCE será o princípio do fim da Europa. Mas em minha opinião deverá ser o fim do princípio da união europeia. E constituir o seu próximo passo. Para o bem ou para o mal! Pois já ninguém duvida da importância da Alemanha para o sucesso da Europa enquanto União. E só um alemão conseguirá garantir o compromisso da Alemanha nas decisões de longo prazo que permitirão o sucesso ou a sobrevivência da união monetária e económica. Ou a sua morte.
Por isso Weidmann pode ser fundamental em comprometer a Alemanha com a moeda única, e salvar o Euro de uma vez por todas. Ou a acabar de vez com um sonho europeu que cada vez mais é um pesadelo para alguns dos seus países.
Paulo Barradas |
7:00 Terça feira, 26 de agosto de 2014
Expresso
Não é só Marinho Pinto que já pensa na próxima etapa da sua carreira política fulgurante (ou fulminante?). Também Mario Draghi já anda a tratar da vidinha. E António Guterres. E Santana Lopes. E António Costa. E Rui Rio. Mas analisemos a sucessão de quem manda no verdadeiro DDT.
As eleições dos primeiros 3 presidentes do BCE envolveram sempre lutas políticas entre os principais estados europeus, tendo sido sempre escolhidos ex-presidentes dos bancos centrais dos seus países. Wim Duisenberg do banco central da Holanda, Jean-Claude Trichet do Banque de France e Mario Draghi do Banca d´Italia.
O mandato de 8 anos de Mario Draghi como homem forte do DDT acaba em Outubro de 2019. Mas a tentação de voltar antes ao seu país para capitalizar na experiência internacional e receber o prémio Carreira é muito grande.
Principalmente quando Giorgio Napolitano, actual Presidente de Itália desde 2006, aceitou com grande relutância continuar Presidente quando o seu mandato de 7 anos terminou em Abril 2013. Por isso é expectável que Giorgio renuncie em 2015 quando atingir a bonita idade de 90 anos. E Draghi é o claro favorito para substituí-lo. E Draghi sabe-o.
A dúvida consiste em saber se mais uma crise em Itália provocada pela renúncia de Giorgio deve e pode ser resolvida antecipadamente através de uma fase de transição na sua Presidência. O que iria antecipar a mudança de quem manda no BCE.
Na actual situação da Europa e da sua cada vez menor união, é inevitável que o Senhor que se segue seja o actual Presidente do Bundesbank alemão, Jens Weidmann.
Desta vez sem surpresa, depois de em 2011 Axel Weber (actual Presidente da UBS), seu antecessor no Bundesbank, ter rejeitado o cargo por antecipar difíceis condições para o seu sucesso.
A sua eleição será ainda mais controversa que as anteriores. Por ser alemão, claro, pois para os restantes Europeus seria um sinal que o controlo definitivo da Europa iria para Berlim. E para os alemães eurocépticos seria um sinal de enfraquecimento da resistência alemã à campanha Franco-Italiana de afastar a política económica e monetária europeia da estabilidade e austeridade. Campanha esta que foi reforçada pelo discurso de Draghi na 6ª feira passada.
Weidmann foi ex-assessor económico da nossa bem conhecida Chanceler alemã Angela Merkel, possuindo significativa experiência política, fortes conhecimentos económicos e financeiros, bem como ideias próprias sobre o caminho a seguir pela Europa. Defende nomeadamente que a solução europeia passa pelos governos dos países e não pelos seus bancos centrais, nem pelo BCE. É um bom princípio porque os governos são eleitos e os banqueiros centrais não.
As suas capacidades políticas e diplomáticas têm sido evidentes na relação do Bundesbank com o BCE nos últimos 3 anos. O facto de falar Francês constitui uma vantagem na difícil relação actual e expectavelmente futura com França, podendo servir para dar más notícias de forma mais convincente e conciliatória.
Defende o aumento de salários na Alemanha em 3% (1% acima da inflação como crescimento da produtividade), pois entende que a união económica e monetária só é viável quando a inflação na Alemanha for superior à inflação dos países em dificuldades.
Defende igualmente um referendo na Alemanha para decidir até onde estão os alemães dispostos a ir e a ceder para a integração europeia.
Muitos dirão que ter um alemão a mandar no BCE será o princípio do fim da Europa. Mas em minha opinião deverá ser o fim do princípio da união europeia. E constituir o seu próximo passo. Para o bem ou para o mal! Pois já ninguém duvida da importância da Alemanha para o sucesso da Europa enquanto União. E só um alemão conseguirá garantir o compromisso da Alemanha nas decisões de longo prazo que permitirão o sucesso ou a sobrevivência da união monetária e económica. Ou a sua morte.
Por isso Weidmann pode ser fundamental em comprometer a Alemanha com a moeda única, e salvar o Euro de uma vez por todas. Ou a acabar de vez com um sonho europeu que cada vez mais é um pesadelo para alguns dos seus países.
Paulo Barradas |
7:00 Terça feira, 26 de agosto de 2014
Expresso
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