Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 82 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 82 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
O verdadeiro Dono Disto Tudo vai às compras!
Página 1 de 1
O verdadeiro Dono Disto Tudo vai às compras!
O verdadeiro Dono Disto Tudo ("DDT") deverá começar o seu novo programa de compra de activos nas próximas semanas. Estima-se que tenha cerca de 1.000 biliões de euros para gastar. Durante 2 anos. Parece muito, mas serão suficientes?
O Banco Central Europeu ("BCE") é o verdadeiro Dono Disto Tudo, como já se sabe. Com as suas taxas directoras quase a zero, o BCE vai iniciar a compra de activos para injectar liquidez nos bancos europeus para, por sua vez, estes injectarem essa liquidez nas economias dos seus países em forma de financiamento às empresas. E pelo caminho aumentar a inflação. Pelo menos assim se espera.
Os activos a comprar serão dívidas titularizadas de empresas com garantias reais (Asset Backed Securities - ABS) e obrigações garantidas por hipotecas ou créditos ao sector público (Covered Bonds).
Estas operações são novidade na Europa mas são há muito utilizadas nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, onde este e outros tipos de intervenção no mercado têm sido utilizados com significativo sucesso. Por isso os americanos aumentaram o balanço do FED em 5 vezes desde 2007 e o ingleses aumentaram o balanço do Banco de Inglaterra em 4,8 vezes.
Enquanto o BCE apenas duplicou o seu balanço e principalmente por via da captação/cedência de liquidez durante a crise financeira.
A OCDE apelidou recentemente a recuperação económica da Zona Euro de desapontante, especialmente nas grandes economias da Alemanha, França e Itália. Considera ainda que a confiança dos agentes económicos europeus continua a diminuir e que a procura está anémica, recomendando ao BCE medidas de estímulo monetário mais vigorosas.
Mas um programa de estímulos de Quantitative Easing (QE) "a sério" a implementar pelo BCE, nomeadamente através da compra em larga escala de Obrigações do Tesouro dos países europeus em mercado secundário, está cada vez mais longe de acontecer.
Por oposição da maior economia da Europa, a Alemanha, com o seu muito musculado braço direito Bundesbank.
Estima-se que a Alemanha acabe 2014 com o maior superávit externo de sempre: 200 (sim, duzentos!) biliões (sim, biliões!) de euros, representando mais de 7% do PIB. De acordo com a Comissão Europeia, superávits externos superiores a 6% do PIB são fontes de desequilíbrios económicos regionais e internacionais, mas apesar disso a Alemanha registou superávits superiores em 8 dos 9 anos desde 2006, sendo a única excepção os 5,9% do PIB registados em 2009.
Como escreveu Paul Krugman no ano passado, a falta de ajustamento ou adaptação da Alemanha tem aumentado os custos da austeridade para as economias do sul da Europa, como Portugal.
É claro que a Alemanha só baixará impostos e investirá em infraestruturas, como o FMI recomendou recentemente à Europa, quando sentir a sua procura a diminuir devido às sanções comerciais impostas à Russia, à actividade económica moribunda da Zona Euro e ao abrandamento económico das principais economias emergentes mundiais com quem negoceia.
Mas mesmo nessa altura será com grande relutância que a Alemanha aceitará estímulos significativos de QE por parte do BCE.
E nessa altura será inevitavelmente muito pouco, muito tarde e por isso não servirá de muito.
Draghi prometeu no verão de 2012 tudo fazer para salvar o euro. Mas o tudo fazer de 2012 já não é suficiente agora. Agora o BCE teria que fazer ainda mais, tal como diz a OCDE. Mas fará apenas o que a Alemanha deixar fazer. Como sempre.
Paulo Barradas |
7:00 Terça feira, 14 de outubro de 2014
Expresso
Tópicos semelhantes
» Quem manda no verdadeiro Dono Disto Tudo?
» Qual o objetivo do verdadeiro Dono Disto Tudo?
» Os "culpados disto tudo"
» Qual o objetivo do verdadeiro Dono Disto Tudo?
» Os "culpados disto tudo"
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin