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Uma questão privada
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Uma questão privada
Para que uma qualquer região concretize o seu desejo de independência deverão verificar-se três condições: primeiro, essa ideia deve colher o apoio maioritário dos seus habitantes; segundo, deverá existir alguma descontinuidade, cultural, económica ou geográfica, relativamente à potência ocupante; e finalmente, a região com expectativas independentistas deve ter algo a ganhar com a secessão.
Se aplicarmos este crivo aos vários casos de secessão potencial na União Europeia, verificamos que muito poucos conseguem atingir o pleno. Embora a primeira das condições seja normalmente a mais vocal e publicitada (e a única que falta à Escócia comprovar, nas eleições que aí vêm), o peso das restantes condições serve para resfriar os ânimos mais exaltados. Quando se discute academicamente a secessão de várias regiões europeias (a Catalunha, a Flandres, a Itália Setentrional, as províncias insulares e ultraperiféricas,... ), o caso Escocês será talvez o único em que a secessão pode ser encarada com naturalidade e que trará vantagens inegáveis ao novo Estado.
Evidentemente que esta secessão não interessa ao Reino Unido: um novo Estado a bordejar o mar do Norte, eventualmente criando pactos com os países vizinhos (nomeadamente, na adopção do euro), ensombrará o domínio hoje exercido por Londres - para não falar do impacto inevitável que terá sobre a balança comercial a perda das maiores reservas petrolíferas no continente Europeu. Por outro lado, a saída da Escócia da União Britânica e a possível mudança de regime para uma República seriam motivos para repensar a própria estrutura do Estado Britânico, algo que teria um impacto considerável no futuro do país.
Contudo, para além do caso do Reino Unido, a independência escocesa não deverá ter impactos significativos. Por isso, é difícil aceitar que uma possível secessão da Escócia possa vir a influenciar outros casos de secessão potencial; afinal, cada pulsão independentista é mais centrífuga do que dependente de estímulos exteriores - e nenhuma outra região Europeia com perspectivas secessionistas tem acesso a reservas geológicas tão importantes e valiosas.
António Chagas Dias
00.04 h
Económico
Se aplicarmos este crivo aos vários casos de secessão potencial na União Europeia, verificamos que muito poucos conseguem atingir o pleno. Embora a primeira das condições seja normalmente a mais vocal e publicitada (e a única que falta à Escócia comprovar, nas eleições que aí vêm), o peso das restantes condições serve para resfriar os ânimos mais exaltados. Quando se discute academicamente a secessão de várias regiões europeias (a Catalunha, a Flandres, a Itália Setentrional, as províncias insulares e ultraperiféricas,... ), o caso Escocês será talvez o único em que a secessão pode ser encarada com naturalidade e que trará vantagens inegáveis ao novo Estado.
Evidentemente que esta secessão não interessa ao Reino Unido: um novo Estado a bordejar o mar do Norte, eventualmente criando pactos com os países vizinhos (nomeadamente, na adopção do euro), ensombrará o domínio hoje exercido por Londres - para não falar do impacto inevitável que terá sobre a balança comercial a perda das maiores reservas petrolíferas no continente Europeu. Por outro lado, a saída da Escócia da União Britânica e a possível mudança de regime para uma República seriam motivos para repensar a própria estrutura do Estado Britânico, algo que teria um impacto considerável no futuro do país.
Contudo, para além do caso do Reino Unido, a independência escocesa não deverá ter impactos significativos. Por isso, é difícil aceitar que uma possível secessão da Escócia possa vir a influenciar outros casos de secessão potencial; afinal, cada pulsão independentista é mais centrífuga do que dependente de estímulos exteriores - e nenhuma outra região Europeia com perspectivas secessionistas tem acesso a reservas geológicas tão importantes e valiosas.
António Chagas Dias
00.04 h
Económico
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