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Eu privada me confesso
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Eu privada me confesso
O discurso de demonização dos privados, que nos últimos quatro anos atingiu da parte da esquerda, PS incluído, níveis de radicalismo talvez só comparáveis aos de 75, é absolutamente insustentável e insultuoso para a maioria das pessoas que trabalham em Portugal.
São 4,5 milhões, das quais apenas cerca de 820 mil trabalham no setor público (números PORDATA que incluem trabalhadores nas administrações públicas e setor público empresarial).
Para comparar números basta ver que, por exemplo, cerca de 2,8 milhões, trabalham em PME. Interessante será também referir que, ao analisar um inquérito pós eleitoral das legislativas de 2015 que conduziu, o cientista político Pedro Magalhães concluiu que, comparativamente a 2011, o governo anterior perdeu apenas 8% do eleitorado setor público. Que o Estado seja capturado por grupos económicos pertencentes a algumas famílias como foram os Espírito Santo, ou alguns sectores como, neste orçamento, o da restauração, é tão inadmissível como estar capturado pela CGTP e afins. É tudo ‘cronyism’. Em qualquer caso o Estado não garante que o mercado seja acessível a todos, cria barreiras e núcleos de privilégio injustificados, impede a mobilidade social e perpetua a impermeabilidade das classes, não é agente de democratização da economia.
E, no que à captura do interesse público se refere, basta ver as medidas políticas e o OE/16: sobem impostos e consumos intermédios do Estado, trava a descida do IRC, professores e alunos não podem ser avaliados, impedimentos à flexibilidade laboral e mobilidade; reposição salarial imediata da Função Pública, 35 horas semanais que têm de ser aplicadas a toda a Administração Pública sem exceção e ao mesmo tempo (Arménio Carlos ‘dixit’), exceção no acesso à reforma antecipada, sistemas de saúde e de segurança social privilegiados, compensações aos professores contratados pela não renovação dos contratos anuais e temporários; reversão das subconcessões e o contrato 50/50 da TAP, isto apesar da maioria das empresas públicas acumular prejuízos, alguns brutais, desde 1975 e de dezenas de administrações depois, não terem capacidade de investimento para prestarem melhores serviços, de afastarem a concorrência e isso se traduzir em preços mais altos para a generalidade ou em impostos.
Isto tudo depois do privado se ter ajustado, com os empresários e classe média sufocada, a pagarem impostos para manter todo o tipo de clientelas em vez de terem dinheiro para investir, criar emprego e riqueza ou ter uma vida melhor. Revoltante.
Como disse aqui o Bruno Faria Lopes a ideia de que o Orçamento defende os que a esquerda “supostamente” sempre defendeu, pobres e classe média/baixa, e põe os “ricos” a pagar, banca e classe média/alta, cai ao vermos o Orçamento: “Medidas diretamente para os mais pobres (RSI, atualização de pensões baixas, etc.) valem menos de 15% do bolo dedicado à ‘promoção do rendimento, equidade e crescimento’.
Funcionários públicos (sobretudo os de salários mais altos), proprietários de restaurantes, pensionistas mais ricos (que pagavam a CES, a maioria vinda do público), famílias com rendimentos acima de 40 mil euros/ano (por via da redução da sobretaxa) representam 56% desse bolo de 1,4 mil milhões de euros.” Quando Costa se mostrou ao lado de Piketty e afirmou panfletariamente “a questão da igualdade é hoje central para o desenvolvimento económico”, tinha razão. Pena que quando teve na mão um instrumento para promover uma e outro não lhes tenha dado a mínima importância.
00:05 h
Sandra Clemente
Económico
São 4,5 milhões, das quais apenas cerca de 820 mil trabalham no setor público (números PORDATA que incluem trabalhadores nas administrações públicas e setor público empresarial).
Para comparar números basta ver que, por exemplo, cerca de 2,8 milhões, trabalham em PME. Interessante será também referir que, ao analisar um inquérito pós eleitoral das legislativas de 2015 que conduziu, o cientista político Pedro Magalhães concluiu que, comparativamente a 2011, o governo anterior perdeu apenas 8% do eleitorado setor público. Que o Estado seja capturado por grupos económicos pertencentes a algumas famílias como foram os Espírito Santo, ou alguns sectores como, neste orçamento, o da restauração, é tão inadmissível como estar capturado pela CGTP e afins. É tudo ‘cronyism’. Em qualquer caso o Estado não garante que o mercado seja acessível a todos, cria barreiras e núcleos de privilégio injustificados, impede a mobilidade social e perpetua a impermeabilidade das classes, não é agente de democratização da economia.
E, no que à captura do interesse público se refere, basta ver as medidas políticas e o OE/16: sobem impostos e consumos intermédios do Estado, trava a descida do IRC, professores e alunos não podem ser avaliados, impedimentos à flexibilidade laboral e mobilidade; reposição salarial imediata da Função Pública, 35 horas semanais que têm de ser aplicadas a toda a Administração Pública sem exceção e ao mesmo tempo (Arménio Carlos ‘dixit’), exceção no acesso à reforma antecipada, sistemas de saúde e de segurança social privilegiados, compensações aos professores contratados pela não renovação dos contratos anuais e temporários; reversão das subconcessões e o contrato 50/50 da TAP, isto apesar da maioria das empresas públicas acumular prejuízos, alguns brutais, desde 1975 e de dezenas de administrações depois, não terem capacidade de investimento para prestarem melhores serviços, de afastarem a concorrência e isso se traduzir em preços mais altos para a generalidade ou em impostos.
Isto tudo depois do privado se ter ajustado, com os empresários e classe média sufocada, a pagarem impostos para manter todo o tipo de clientelas em vez de terem dinheiro para investir, criar emprego e riqueza ou ter uma vida melhor. Revoltante.
Como disse aqui o Bruno Faria Lopes a ideia de que o Orçamento defende os que a esquerda “supostamente” sempre defendeu, pobres e classe média/baixa, e põe os “ricos” a pagar, banca e classe média/alta, cai ao vermos o Orçamento: “Medidas diretamente para os mais pobres (RSI, atualização de pensões baixas, etc.) valem menos de 15% do bolo dedicado à ‘promoção do rendimento, equidade e crescimento’.
Funcionários públicos (sobretudo os de salários mais altos), proprietários de restaurantes, pensionistas mais ricos (que pagavam a CES, a maioria vinda do público), famílias com rendimentos acima de 40 mil euros/ano (por via da redução da sobretaxa) representam 56% desse bolo de 1,4 mil milhões de euros.” Quando Costa se mostrou ao lado de Piketty e afirmou panfletariamente “a questão da igualdade é hoje central para o desenvolvimento económico”, tinha razão. Pena que quando teve na mão um instrumento para promover uma e outro não lhes tenha dado a mínima importância.
00:05 h
Sandra Clemente
Económico
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