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Infelicidade colectiva, desvantagem competitiva
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Infelicidade colectiva, desvantagem competitiva
Portugal é rico naquilo que é visível e tangível, nas coisas grandes, como a natureza, as suas gentes ou a sua geografia. Mas falha nos intangíveis, na justiça, nos processos, nas coisas simples.
Descobri há pouco o Relatório Mundial da Felicidade, publicado por um organismo tão insuspeito e improvável como as Nações Unidas. O estudo, acessível em http://worldhappiness.report, tem sido desenvolvido por académicos de grande reputação e credibilidade.
Embora a felicidade seja essencialmente um estado individual e subjetivo, o estudo concentra-se nos factores socioeconómicos que a condicionam e, nessa base, constrói uma densa geografia da felicidade. Sobre um total de 158 países, a Suíça ocupa o topo da tabela, o Brasil é décimo sexto, a Espanha é trigésimo sexto e Portugal aparece no octogésimo oitavo lugar, atrás da Zâmbia e do Paquistão. E, ainda pior, teve a centésima pior evolução desde a publicação do último relatório, há sete anos.
Embora o processo de elaboração deste tipo de relatórios seja altamente discutível, e o resultado facilmente criticável, acho que merece uma reflexão sobre como um país como Portugal, com muitos dos ingredientes que deveriam contribuir para conformar uma sociedade feliz, ocupa um lugar tão ignóbil. A minha teoria é que Portugal é rico naquilo que é visível e tangível, nas coisas grandes, como a natureza, as suas gentes ou a sua geografia. Mas falha nos intangíveis, na justiça, nos processos, nas coisas simples. E é a decalagem entre a expectativa de como as coisas poderiam ser e como acabam por ser na realidade, o que cria o desânimo e a infelicidade generalizada.
A importância da felicidade no destino de um país é crescente. Ao nível macroeconómico, as empresas utilizam cada vez mais variáveis intangíveis para decidir o destino dos seus investimentos, apesar da dificuldade das técnicas tradicionais de econometria para parametrizar essas variáveis. Ao nível microeconómico, é minha convicção que a felicidade é uma vantagem competitiva para as empresas que conseguem alinhar o seu egoísmo, na procura dos melhores resultados possíveis, com o egoísmo individual de cada um dos membros das suas equipas. Não se trata de poesia. É pura matemática. As equipas felizes são mais produtivas, mais resilientes, mais criativas. Uma equipa feliz é aquela em que existem poucas pessoas no topo e muitas no meio. E um país feliz é aquele que tem uma classe média numerosa, uma expectativa de melhoria conjunta e desigualdades justificáveis pelo mérito individual.
A infelicidade é uma barreira ao progresso e, por isso, deve ser analisada e gerida.
00:05 h
Xavier Rodríguez Martín
Económico
Descobri há pouco o Relatório Mundial da Felicidade, publicado por um organismo tão insuspeito e improvável como as Nações Unidas. O estudo, acessível em http://worldhappiness.report, tem sido desenvolvido por académicos de grande reputação e credibilidade.
Embora a felicidade seja essencialmente um estado individual e subjetivo, o estudo concentra-se nos factores socioeconómicos que a condicionam e, nessa base, constrói uma densa geografia da felicidade. Sobre um total de 158 países, a Suíça ocupa o topo da tabela, o Brasil é décimo sexto, a Espanha é trigésimo sexto e Portugal aparece no octogésimo oitavo lugar, atrás da Zâmbia e do Paquistão. E, ainda pior, teve a centésima pior evolução desde a publicação do último relatório, há sete anos.
Embora o processo de elaboração deste tipo de relatórios seja altamente discutível, e o resultado facilmente criticável, acho que merece uma reflexão sobre como um país como Portugal, com muitos dos ingredientes que deveriam contribuir para conformar uma sociedade feliz, ocupa um lugar tão ignóbil. A minha teoria é que Portugal é rico naquilo que é visível e tangível, nas coisas grandes, como a natureza, as suas gentes ou a sua geografia. Mas falha nos intangíveis, na justiça, nos processos, nas coisas simples. E é a decalagem entre a expectativa de como as coisas poderiam ser e como acabam por ser na realidade, o que cria o desânimo e a infelicidade generalizada.
A importância da felicidade no destino de um país é crescente. Ao nível macroeconómico, as empresas utilizam cada vez mais variáveis intangíveis para decidir o destino dos seus investimentos, apesar da dificuldade das técnicas tradicionais de econometria para parametrizar essas variáveis. Ao nível microeconómico, é minha convicção que a felicidade é uma vantagem competitiva para as empresas que conseguem alinhar o seu egoísmo, na procura dos melhores resultados possíveis, com o egoísmo individual de cada um dos membros das suas equipas. Não se trata de poesia. É pura matemática. As equipas felizes são mais produtivas, mais resilientes, mais criativas. Uma equipa feliz é aquela em que existem poucas pessoas no topo e muitas no meio. E um país feliz é aquele que tem uma classe média numerosa, uma expectativa de melhoria conjunta e desigualdades justificáveis pelo mérito individual.
A infelicidade é uma barreira ao progresso e, por isso, deve ser analisada e gerida.
00:05 h
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