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"Maldita" democracia
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"Maldita" democracia
Fizemos um longo percurso para nos tornarmos mais europeus e acabamos a viver mais divididos e com nacionalismos perigosos. E para que um dia nos possamos ver livres deles outra vez, convém que não comecemos a fazer distinções entre nacionalistas. É preciso repetir à exaustão que se o Syriza representa a vontade do povo grego, também os Verdadeiros Finlandeses, o partido xenófobo na Dinamarca ou a Frente Nacional em França só existem com o voto livre dos seus povos. Ninguém se pode convencer de que os de esquerda são bons e os de direita são maus, porque eles conduzem-nos todos para o mesmo sítio, para um acantonamento que nos afasta dos outros e os outros de nós.
Como era previsível, pela Europa fora já se fala de referendos a pôr em causa a moeda única e mesmo a União. Aqui chegados, ninguém faz campanha pela solidariedade europeia, todos olham para o seu cantinho. E como damos tudo por adquirido, julgamos que a democracia só nos traz a bonança e a solidariedade e ficamos surpreendidos quando ela produz austeridade e recessão, alimentando todos os egoísmos nacionalistas. Solidariedade é pin que se coloca na lapela para a exigir dos outros.
O "problema" é que na Europa só há democracias e nas democracias há eleições, com cidadãos que só querem saber da sua própria vida. Bem pretendiam que fôssemos todos cidadãos europeus, com um mercado único, liberdade de capitais e até o espaço Schengen. E como se tudo isso não chegasse criaram uma moeda única, onde estão uns e não estão os outros e que passou a ser a moeda de todos os problemas, porque agravou as desigualdades entre nações.
Nunca chegamos a ser cidadãos europeus porque nunca houve um verdadeiro aprofundamento da união política.
Pode doer-nos fundo no coração, mas não é assim tão difícil de entender. Se os finlandeses, os alemães, os letões, os austríacos, os belgas, os eslovacos e por aí fora estiverem convencidos de que o dinheiro que emprestam serve para alimentar um estilo de vida não compatível com o rendimento dos países do Sul, porque irão votar em partidos que mantêm a disponibilidade para continuar a emprestar? E onde haverá esses partidos se o eleitorado exigir outro caminho? A "maldita" da democracia foi que nos trouxe a prosperidade e o desagravamento das desigualdades sociais, mas cada crise severa na economia realça a crise de valores que se vai instalando na bonança consumista.
Haverá de passar, não aprendemos com os erros do passado, mas vamos aprender com os do presente.
Infelizmente, o pior na Europa ainda está para chegar. O nacionalismo e a xenofobia chegam ao poder com o voto do povo. Chama-se Democracia, de que Churchill dizia ser o menos mau de todos os sistemas conhecidos.
por PAULO BALDAIA
Diário de Notícias
Como era previsível, pela Europa fora já se fala de referendos a pôr em causa a moeda única e mesmo a União. Aqui chegados, ninguém faz campanha pela solidariedade europeia, todos olham para o seu cantinho. E como damos tudo por adquirido, julgamos que a democracia só nos traz a bonança e a solidariedade e ficamos surpreendidos quando ela produz austeridade e recessão, alimentando todos os egoísmos nacionalistas. Solidariedade é pin que se coloca na lapela para a exigir dos outros.
O "problema" é que na Europa só há democracias e nas democracias há eleições, com cidadãos que só querem saber da sua própria vida. Bem pretendiam que fôssemos todos cidadãos europeus, com um mercado único, liberdade de capitais e até o espaço Schengen. E como se tudo isso não chegasse criaram uma moeda única, onde estão uns e não estão os outros e que passou a ser a moeda de todos os problemas, porque agravou as desigualdades entre nações.
Nunca chegamos a ser cidadãos europeus porque nunca houve um verdadeiro aprofundamento da união política.
Pode doer-nos fundo no coração, mas não é assim tão difícil de entender. Se os finlandeses, os alemães, os letões, os austríacos, os belgas, os eslovacos e por aí fora estiverem convencidos de que o dinheiro que emprestam serve para alimentar um estilo de vida não compatível com o rendimento dos países do Sul, porque irão votar em partidos que mantêm a disponibilidade para continuar a emprestar? E onde haverá esses partidos se o eleitorado exigir outro caminho? A "maldita" da democracia foi que nos trouxe a prosperidade e o desagravamento das desigualdades sociais, mas cada crise severa na economia realça a crise de valores que se vai instalando na bonança consumista.
Haverá de passar, não aprendemos com os erros do passado, mas vamos aprender com os do presente.
Infelizmente, o pior na Europa ainda está para chegar. O nacionalismo e a xenofobia chegam ao poder com o voto do povo. Chama-se Democracia, de que Churchill dizia ser o menos mau de todos os sistemas conhecidos.
por PAULO BALDAIA
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