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Desligados/O comboio do desespero
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Desligados/O comboio do desespero
Desligados
Há dois dias que estamos a viver acima das possibilidades do planeta de acordo com as contas feitas pela Global Footprint. A organização não governamental ligada à conservação da natureza utilizou dados das Nações Unidas, comparando a pegada ecológica dos humanos com a capacidade de regeneração da Terra para chegar à data de 15 de agosto. Há 40 anos, a exploração das reservas do planeta começava apenas em novembro, há 10 já tinha recuado para setembro. Ainda e sempre, o grande problema são as emissões de carbono que agravam o efeito de estufa e aceleram as alterações climáticas. Há quantos anos ouvimos falar no problema? Há quantos anos derrete a Antártida e se experimentam energias alternativas? Há quantos anos assistimos à guerra surda entre ciência, política e interesses económicos? Não era, nem foi, preciso ser zandinga para adivinhar que só à beira do abismo - ou do fim dos combustíveis fósseis - seria possível começar a trabalhar seriamente para a redução das emissões poluentes.
Em dezembro, representantes de 195 países vão estar em Paris para mais uma conferência mundial sobre alterações climáticas, esperando-se que desta vez seja possível, após 20 anos de negociações, acordos e desacordos chegar a um compromisso universal sobre o clima. Tendo em conta que um quinto das emissões de carbono na Europa e no mundo se deve a meios de transporte, vem isto a propósito das 58 famílias portuguesas que desde abril aproveitaram o incentivo fiscal reintroduzido pelo governo pelo abate de um carro com 10 ou mais anos em troca da compra de um outro, mas elétrico. São poucos, e parecem ainda menos quando sabemos que os carros ambientalmente saudáveis vendidos em Portugal nos últimos dois anos corresponderam a menos de 1% das vendas de automóveis novos. É bem possível até que o total de carros elétricos a circular nas estradas seja inferior aos 1300 postos de carregamento que desde 2011 estão espalhados pelo país e que continuam às moscas. É um princípio? É. E a liberalização de estações de serviço para carros elétricos em vigor desde a semana passada irá ajudar - quando houver consumidores que justifiquem o negócio. Mas enquanto o preço dos automóveis aos consumidores não descer e se as marcas não continuarem a investir nas energias alternativas - uma pescadinha de rabo na boca -, vamos todos continuar desligados. Não é a economia, estúpido, é a estúpida da economia.
16.08.2015
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O comboio do desespero
Gevgelija fica a poucos quilómetros da fronteira com a Grécia. Nas margens do rio Vardar, a pequena cidade gaba-se da sua história milenar, das águas sulfurosas com qualidades medicinais, dos férteis pomares e hortas da região e das salas de casino em hotéis de luxo. Há até quem lhe chame a Las Vegas da Macedónia. A poucos quilómetros da principal fronteira sul com a Grécia, Gevgelija continua a ter posição estratégica. Na antiguidade cruzavam-se aqui duas grandes rotas comerciais dos Balcãs, hoje é ponto de convergência da autoestrada que liga quatro capitais da antiga Jugoslávia à grega Tessalónica: Skopje, Belgrado, Zagreb e Liubliana. Nas últimas semanas, a pacata cidade anda nas bocas do mundo. Apanhada na maior crise migratória da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, é de lá que têm chegado agora as imagens que a Europa prefere esquecer. Milhares de homens, mulheres e crianças atropelam-se à chegada de um dos dois ou três comboios internacionais que todos os dias por aqui passam rumo a norte, à Sérvia, na esperança de conseguirem entrar na Hungria, já zona Schengen, para depois rumarem ao Norte da Europa e, com sorte, talvez chegarem à Alemanha. Os funcionários da ferrovia olham invariavelmente impávidos para o caos, incapazes de organizar a multidão que comprou bilhete e invade a plataforma.
O assalto ao comboio só acaba quando não cabe nem mais uma agulha a bordo. Há braços e pernas espetados pelas janelas e portas e os sírios, afegãos e iraquianos que não cabem deitam-se sobre os carris à espera do próximo. Jovens, velhos, pais e mães com filhos pequenos e de colo. Esta tornou-se uma das rotas mais baratas para os que fogem da guerra e onde os traficantes não são necessários. Todos os dias, lê-se na imprensa, estão a chegar a Gevgelija quase duas mil pessoas. Em breve será mais difícil ultrapassar o muro de quatro metros de altura e arame farpado que a Hungria promete ter pronto até final de agosto. Em Gevgelija, a enchente de refugiados também começa a deixar marcas. O presidente da câmara local já declarou que o melhor seria seguir o exemplo da Hungria e erguer um muro ao longo da fronteira com a Grécia. No Europa do Mediterrâneo, a pressão migratória começa a ser insustentável. No resto da Europa é a inércia que é insustentável.
Por MÓNICA BELLO
Diário de Notícias
A nota o texto muita ideológica socialista marxista a meio.
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