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Supremos interesses pessoais
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Supremos interesses pessoais
Não é tanto o que está a acontecer, mas o que vai acontecer que importa. Pedro Passos Coelho formou um governo com a "prata da casa". Para quatro anos, disse ele. Mera retórica política porque sabe que não vai governar, pelo menos para já. Ou cai sem apelo nem agravo daqui a uns 12 dias ou o Presidente da República obriga-o a uma gestão que não quer. Transformar-se em boneco de tiro ao alvo da oposição, sem se conseguir mexer ou decidir o que quer que seja, não é coisa com que o primeiro-ministro sonhe. Cavaco Silva não lhe deve fazer essa maldade, por muito que esconjure um governo apoiado na bengala de dois partidos que cá dentro prometem cumprir todas as obrigações de Portugal na União Europeia e na zona euro mas lá fora votam alegremente contra o Tratado Orçamental.
O Presidente foi claro quando chamou Passos para negociar com o PS, ainda convencido de que a derrota a 4 de outubro tinha empurrado António Costa para os braços da coligação. Disse não haver soluções fora do quadro parlamentar. Por isso, essas teorias que andam por aí de que poderia, em desespero, formar um governo de iniciativa presidencial não fazem grande sentido.
Dar posse ou não dar posse a um governo de Costa, eis a questão. Depois de ter posto PCP e BE no lado "podre" de Portugal, e de ter descredibilizado um governo de esquerda, é difícil imaginar como é que Cavaco vai engolir o sapo gigante de indigitar o líder do PS. Em Roma voltou a dizer, em tom crispado, que não se arrepende do que disse. Os socialistas, já se percebeu, vão complicar a decisão, até para expor mais Belém.
O programa do governo de Passos é discutido nos dias 9 e 10 de novembro. Pois bem, Costa apresenta o acordo de governo à esquerda na mesma altura. Mede forças e desafia a opção do Presidente.
Sabia-se que Costa era um negociador de excelência nos bastidores. Anos de experiência no Parlamento e na Câmara de Lisboa mostraram isso. Vê-se agora que também é um jogador de alto risco. Aprendeu com os melhores, com Mário Soares, por exemplo, nos tempos em que de Belém era o maestro das "forças de bloqueio" a Cavaco. Mesmo que o PR não o deixe governar - o que se calhar até é o melhor que lhe pode acontecer -, já conseguiu o que queria. Sobreviver no PS à derrota e ganhar créditos no país para ter nova hipótese numa segunda volta das legislativas.
Se tudo isto vai ter custos para o país? Vai, é claro. Esperemos é que sejam menores do que há quatro anos. É que nestas coisas dos superiores interesses nacionais interferem sempre os desígnios pessoais. Em 2009, Passos teve os dele quando ajudou a deitar abaixo o PEC IV e o minoritário governo de Sócrates. Costa tem os dele. A grande diferença é que o líder do PS não tem tempo para esperar, as eleições e o partido não lhe deram essa folga.
Jornalista
29 DE OUTUBRO DE 2015
00:03
Paula Sá
Diário de Notícias
O Presidente foi claro quando chamou Passos para negociar com o PS, ainda convencido de que a derrota a 4 de outubro tinha empurrado António Costa para os braços da coligação. Disse não haver soluções fora do quadro parlamentar. Por isso, essas teorias que andam por aí de que poderia, em desespero, formar um governo de iniciativa presidencial não fazem grande sentido.
Dar posse ou não dar posse a um governo de Costa, eis a questão. Depois de ter posto PCP e BE no lado "podre" de Portugal, e de ter descredibilizado um governo de esquerda, é difícil imaginar como é que Cavaco vai engolir o sapo gigante de indigitar o líder do PS. Em Roma voltou a dizer, em tom crispado, que não se arrepende do que disse. Os socialistas, já se percebeu, vão complicar a decisão, até para expor mais Belém.
O programa do governo de Passos é discutido nos dias 9 e 10 de novembro. Pois bem, Costa apresenta o acordo de governo à esquerda na mesma altura. Mede forças e desafia a opção do Presidente.
Sabia-se que Costa era um negociador de excelência nos bastidores. Anos de experiência no Parlamento e na Câmara de Lisboa mostraram isso. Vê-se agora que também é um jogador de alto risco. Aprendeu com os melhores, com Mário Soares, por exemplo, nos tempos em que de Belém era o maestro das "forças de bloqueio" a Cavaco. Mesmo que o PR não o deixe governar - o que se calhar até é o melhor que lhe pode acontecer -, já conseguiu o que queria. Sobreviver no PS à derrota e ganhar créditos no país para ter nova hipótese numa segunda volta das legislativas.
Se tudo isto vai ter custos para o país? Vai, é claro. Esperemos é que sejam menores do que há quatro anos. É que nestas coisas dos superiores interesses nacionais interferem sempre os desígnios pessoais. Em 2009, Passos teve os dele quando ajudou a deitar abaixo o PEC IV e o minoritário governo de Sócrates. Costa tem os dele. A grande diferença é que o líder do PS não tem tempo para esperar, as eleições e o partido não lhe deram essa folga.
Jornalista
29 DE OUTUBRO DE 2015
00:03
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