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O burro falante de mula nasruddine

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Mensagem por Admin Sáb Dez 12, 2015 12:34 pm

Reza assim a história: um rei meio louco condena Nasruddine à morte por ter roubado um burro

Em “Samarcanda”, Amin Maalouf, já para o final do livro, põe Chirine a contar a história do burro falante de Mulá Nasruddine. Reza assim a história: um rei meio louco condena Nasruddine à morte por ter roubado um burro. No momento em que o levam para a execução, o condenado alega que o burro é, na realidade, seu irmão, ao qual um mágico deu a aparência de burro. E pede que lho entreguem e lhe dêem a oportunidade de, durante um ano, o ensinar a falar de novo. O rei decide conceder-lhe um ano e a liberdade, mas decreta que o condenado será executado se, findo esse prazo, o burro não falar. À saída, a mulher de Nasruddine pergunta-lhe como pôde ele prometer tal coisa, pois bem sabe que o burro nunca falará. Nasruddine – que não tinha nada a perder, antes pelo contrário, e se revelou mestre na esperteza do adiamento – responde-lhe que sabe muito bem que o burro não falará, mas que num ano muita coisa pode acontecer, pode morrer o rei, morrer o burro ou mesmo morrer ele, Nasruddine.

Trata-se da sabedoria de ganhar tempo, de adiar, de empurrar para diante, de esperar e até – por vezes e para alguns – de ter mais oportunidades para prometer, enrolar, ziguezaguear e trapacear. É uma sabedoria, ou mesmo uma arte para alguns, velha de séculos, mas que não perdeu uso. Continua bem viva por aí, nos mais diversos lugares e situações. Mas é uma arte enganadora, que umas vezes engana o próprio artista e outras engana os que se deixam levar com a esperteza do adiamento. Como se pretende mostrar no livro de Maalouf – seja com as peripécias e as reflexões a respeito do Manuscrito de Khayyam, seja com outros episódios, como o do rei que para escapar à morte, que julgava vir do céu, construiu um palácio de ferro debaixo da terra –, o encontro do homem com o seu destino é inelutável; o mesmo é dizer, de forma menos mística ou poética, que mais tarde ou mais cedo chegará o que se adiou e empurrou para diante. O ponto crítico é o timing da chegada, pois nem sempre as coisas são tão claras e fáceis como no caso do Burro Falante, nem sempre adiar é melhor do que enfrentar e resolver logo. E mesmo quando o é para quem deseja ou promove o adiamento, muitas vezes não o é para os outros, antes pelo contrário, pois só perdem com o empurrar para diante. Às vezes, quando chega o momento já só restam cacos de cerâmica ou a proa do barco já está a tocar o icebergue, tarde de mais para marcha à ré a toda a potência.

A doce tentação do adiamento impõe-se a todos, não apenas àqueles a quem interessa adiar, também aos outros (a quem objectivamente interessaria o contrário) muitas vezes ela se insinua sedutora. Mas mais tarde, muitas vezes tarde de mais, percebem esses outros que adiar não foi bom e que, entre eles e o burro falante de Mulá Nasruddine, foram eles os mais burros. Pode custar, pode doer, pode cansar resistir aos cantos de sereia do adiamento, mas, em qualquer caso, mais vale acordarmos fantasmas e problemas do que sermos acordados por eles.

Escreve quinzenalmente ao sábado

RUI PATRÍCIO
12/12/2015 11:30
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