Quando caem políticos por não nos protegerem?

Os europeus têm de saber por que razão o terrorismo islâmico - só contando massacres: Madrid (2004), Londres (2005), Paris (janeiro e novembro, 2015), Bruxelas (2016) - ainda não suscitou uma política comum europeia. Não se pede mais do que o cuidado protagonizado, na UE, por uma comissão (três anos de trabalho) e relatório (122 páginas), dedicado às descargas das sanitas, passando-as dos seis litros atuais para só cinco litros ou, em alternativa, meias descargas de três litros. Onde, na discussão europeia, o mesmo pormenor sobre a jihad? Como estamos de política europeia contra aquele específico mal, o maior, que nos pode destruir? Como interpretar sabermos tanto sobre o que separa a esquerda e a direita sobre tanta coisa (cá dentro sobre o IVA dos copos menstruais) e tão pouco sobre o que as diferencia no combate ao Estado Islâmico? E só estamos na fase da mera política policial, de controlo de danos. A fase mais incipiente, que é a de tentar suster camelos que vão pôr bombas de táxi, barba e luva solitária na mão esquerda. Contra esses que, apesar de notoriamente burros, já intensificaram o ritmo (ver calendário acima lembrado) de planificar múltiplos ataques em diferentes cidades em curto espaço de tempo. Ora isso, o lado policial, é o mais fácil (e mesmo assim, falhado). Mas quando é que a Europa aborda o problema político e cultural do radicalismo islâmico? Ou a Europa o faz ou vai pelo cano com uma simples descarga.

25 DE MARÇO DE 2016
00:15
Ferreira Fernandes
Diário de Notícias