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A União faz a força
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A União faz a força
O Tratado da União Europeia define de forma muito clara os seus grandes objetivos, dos quais destaco os dois que encabeçam a lista: "A União tem por objetivo promover a paz, os seus valores e o bem-estar dos seus povos" e "A União proporciona aos seus cidadãos um espaço de liberdade, segurança e justiça sem fronteiras internas". A construção desta Europa de paz, segurança, justiça e prosperidade começou há cerca de 60 anos. De início, eram seis os países empenhados neste projeto, envolvendo uns 170 milhões de pessoas. Hoje, são 28 os países, abrangendo mais de 500 milhões de cidadãos. Bruxelas tem sido o centro político deste processo. Lugar de encontros e desencontros, de divergências várias e de consensos que têm marcado o ritmo de implementação e consolidação dessa Europa. Por isso Bruxelas não é apenas a capital da Bélgica. É a capital da União Europeia. Por isso, atacar Bruxelas é mais que uma agressão aos belgas. É uma agressão aos cidadãos da UE. É um ataque aos valores que têm norteado a construção europeia.
O terrorismo não é um fenómeno novo na Europa. Tem marcado a história europeia há várias décadas. Vários países foram marcados por atos terroristas que fizeram inúmeras vítimas. Mas o terrorismo recente surge claramente como uma agressão externa. Não parece ter um "inimigo" identificado. É difuso, e por isso ameaça-nos a todos, sem distinção. Esta ameaça é mais um desafio com que a UE se confronta, a par do desafio dos fluxos migratórios, que têm pressionado a sua fronteira externa, e da crise económica e financeira que a tem debilitado e dividido. Testemunhamos, nos últimos anos, egoísmos nacionais a sobreporem-se ao aprofundamento da União. Será que esta ameaça externa servirá de catalisador para uma solidariedade efetiva, forte cooperação e maior capacidade de coordenação entre os países membros da UE? A união faz a força, diz o velho ditado. Sem essa união não venceremos aqueles que querem destruir o nosso modelo económico, social e cultural. Sem união não haverá solidariedade, cooperação e coordenação capazes de levar por diante aqueles objetivos primeiros de liberdade, paz, segurança e bem-estar. Sem essa união assistiremos a uma Europa amedrontada, com cada país a fechar-se na ilusão de que sozinho lidará melhor com os problemas levantados por todos aqueles desafios. Sem essa união, poremos fim ao mais longo período de paz de que a Europa usufruiu em toda a sua história.
*ECONOMISTA
26.03.2016
FERNANDO TEIXEIRA DOS SANTOS
Jornal de Notícias
O terrorismo não é um fenómeno novo na Europa. Tem marcado a história europeia há várias décadas. Vários países foram marcados por atos terroristas que fizeram inúmeras vítimas. Mas o terrorismo recente surge claramente como uma agressão externa. Não parece ter um "inimigo" identificado. É difuso, e por isso ameaça-nos a todos, sem distinção. Esta ameaça é mais um desafio com que a UE se confronta, a par do desafio dos fluxos migratórios, que têm pressionado a sua fronteira externa, e da crise económica e financeira que a tem debilitado e dividido. Testemunhamos, nos últimos anos, egoísmos nacionais a sobreporem-se ao aprofundamento da União. Será que esta ameaça externa servirá de catalisador para uma solidariedade efetiva, forte cooperação e maior capacidade de coordenação entre os países membros da UE? A união faz a força, diz o velho ditado. Sem essa união não venceremos aqueles que querem destruir o nosso modelo económico, social e cultural. Sem união não haverá solidariedade, cooperação e coordenação capazes de levar por diante aqueles objetivos primeiros de liberdade, paz, segurança e bem-estar. Sem essa união assistiremos a uma Europa amedrontada, com cada país a fechar-se na ilusão de que sozinho lidará melhor com os problemas levantados por todos aqueles desafios. Sem essa união, poremos fim ao mais longo período de paz de que a Europa usufruiu em toda a sua história.
*ECONOMISTA
26.03.2016
FERNANDO TEIXEIRA DOS SANTOS
Jornal de Notícias
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