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Quantas vezes a história se repete?
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Quantas vezes a história se repete?
Se há alguma utilidade no exercício de rever o país nos últimos 25 anos é a de distinguir o que se fez de bom e de mau. E, se há lição a reter desse mesmo exercício, é que, ao fim de 25 anos, já dá para perceber o que não funciona e não merece repetição.
Os portugueses conseguiram muito em 25 anos. Têm um banqueiro a gerir o histórico Lloyds no Reino Unido, um executivo a dirigir os caminhos da gigante Peugeot-Citroen, um gestor que colocou a EDP entre as maiores do mundo nas energias renováveis, um engenheiro que fez da Galp um parceiro de peso no Brasil, Angola e Moçambique.
Têm empresários com negócios e marcas em 66 países, que abrem hotéis de luxo em algumas das cidades mais cosmopolitas do mundo, que constroem estádios e cidades em alguns dos pontos mas remotos do planeta, que produzem medicamentos inovadores para mercados onde nunca entrara uma marca nacional, que são' case studies' de expansão e inovação em multinacionais e universidades. E têm um escritor que ganhou o Nobel da Literatura, um investigador que ‘desenhou' o cérebro para que todos o possam entender, um jogador e um treinador de futebol que estão entre os melhores e mais vitoriosos do mundo...
Rever as páginas de jornal publicadas nos últimos 25 anos é um exercício curioso. Porque ajuda a fazer um retrato do que é (e tem sido) o país, de quem o faz (e tem desfeito), e do muito (ou pouco) que mudou durante esse tempo. No final, há pelo menos três ideias que ficam.
A primeira é que é fácil dar de caras com muitos casos de empreendedorismo, investimento e sucesso como os que aqui se recordam - é a eles que o país pode agradecer muita da influência e boa reputação que tem (ou mantém) dentro e fora de portas.
A segunda é que é igualmente fácil encontrar maus exemplos, seja de figuras ou instituições, que andaram durante tempo demais a minar o que havia de bom até ao momento em que os pés de barro em que se apoiavam ficaram expostos e levaram à ruína - é a eles que o país deve a desconfiança com que muitos o avaliam e à destruição de valores e património que levaram décadas e milhões a erguer.
Terceira conclusão: passados 25 anos, é também fácil de perceber que o país é mau aluno quando a lição é História - e é por isso que, passados 25 anos, ainda há erros que se repetem como se uma segunda ou terceira oportunidade os pudesse validar. E não faltam exemplos. Como a interferência (ou preferência) de governos em negócios privados, como aconteceu quando um grupo de investidores tentou comprar o BPA ou quando a Optimus, através da Sonae, lançou a OPA sobre a PT - alguém acredita que isso poderia resultar agora quando se pede que o Governo salve a PT ou se volte a alegar a defesa dos centros de decisão nacional? De que serviram dois programas de assistência financeira quando, em 2010, o país acorda novamente com um Estado à beira da obesidade mórbida e uma dívida colossal no colo e acaba a pedir um novo resgate - quem acredita que a partir de agora será diferente e que o governo, seja ele qual for, vai finalmente mexer (e cortar) no que é preciso? De que servem as fraudes descobertas, os crimes expostos e os impérios arruinados, se não há culpados nem condenações que sirvam, ao menos, de exemplo - a continuar assim, alguém acredita que a impunidade algum dia terá um fim? Se há alguma utilidade neste exercício de rever o que marcou a vida do país nos últimos 25 anos é a de distinguir o que se fez de bom e o que se fez de mau. E, se há uma lição a reter desse mesmo exercício, é que, ao fim de 25 anos, já dá para perceber o que não funciona, o que faz mal ao país e o que não merece insistência. Basta reler o que um dia disse Winston Churchill: "Aqueles que não aprendem com o passado, estão condenados a repeti-lo". Será que Portugal não merece melhor sentença?
Helena Cristina Coelho
00.05 h
Económico
Os portugueses conseguiram muito em 25 anos. Têm um banqueiro a gerir o histórico Lloyds no Reino Unido, um executivo a dirigir os caminhos da gigante Peugeot-Citroen, um gestor que colocou a EDP entre as maiores do mundo nas energias renováveis, um engenheiro que fez da Galp um parceiro de peso no Brasil, Angola e Moçambique.
Têm empresários com negócios e marcas em 66 países, que abrem hotéis de luxo em algumas das cidades mais cosmopolitas do mundo, que constroem estádios e cidades em alguns dos pontos mas remotos do planeta, que produzem medicamentos inovadores para mercados onde nunca entrara uma marca nacional, que são' case studies' de expansão e inovação em multinacionais e universidades. E têm um escritor que ganhou o Nobel da Literatura, um investigador que ‘desenhou' o cérebro para que todos o possam entender, um jogador e um treinador de futebol que estão entre os melhores e mais vitoriosos do mundo...
Rever as páginas de jornal publicadas nos últimos 25 anos é um exercício curioso. Porque ajuda a fazer um retrato do que é (e tem sido) o país, de quem o faz (e tem desfeito), e do muito (ou pouco) que mudou durante esse tempo. No final, há pelo menos três ideias que ficam.
A primeira é que é fácil dar de caras com muitos casos de empreendedorismo, investimento e sucesso como os que aqui se recordam - é a eles que o país pode agradecer muita da influência e boa reputação que tem (ou mantém) dentro e fora de portas.
A segunda é que é igualmente fácil encontrar maus exemplos, seja de figuras ou instituições, que andaram durante tempo demais a minar o que havia de bom até ao momento em que os pés de barro em que se apoiavam ficaram expostos e levaram à ruína - é a eles que o país deve a desconfiança com que muitos o avaliam e à destruição de valores e património que levaram décadas e milhões a erguer.
Terceira conclusão: passados 25 anos, é também fácil de perceber que o país é mau aluno quando a lição é História - e é por isso que, passados 25 anos, ainda há erros que se repetem como se uma segunda ou terceira oportunidade os pudesse validar. E não faltam exemplos. Como a interferência (ou preferência) de governos em negócios privados, como aconteceu quando um grupo de investidores tentou comprar o BPA ou quando a Optimus, através da Sonae, lançou a OPA sobre a PT - alguém acredita que isso poderia resultar agora quando se pede que o Governo salve a PT ou se volte a alegar a defesa dos centros de decisão nacional? De que serviram dois programas de assistência financeira quando, em 2010, o país acorda novamente com um Estado à beira da obesidade mórbida e uma dívida colossal no colo e acaba a pedir um novo resgate - quem acredita que a partir de agora será diferente e que o governo, seja ele qual for, vai finalmente mexer (e cortar) no que é preciso? De que servem as fraudes descobertas, os crimes expostos e os impérios arruinados, se não há culpados nem condenações que sirvam, ao menos, de exemplo - a continuar assim, alguém acredita que a impunidade algum dia terá um fim? Se há alguma utilidade neste exercício de rever o que marcou a vida do país nos últimos 25 anos é a de distinguir o que se fez de bom e o que se fez de mau. E, se há uma lição a reter desse mesmo exercício, é que, ao fim de 25 anos, já dá para perceber o que não funciona, o que faz mal ao país e o que não merece insistência. Basta reler o que um dia disse Winston Churchill: "Aqueles que não aprendem com o passado, estão condenados a repeti-lo". Será que Portugal não merece melhor sentença?
Helena Cristina Coelho
00.05 h
Económico
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