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Às vezes apetece-me chocalhar
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Às vezes apetece-me chocalhar
Promovida a património mundial, ontem, a arte chocalheira arrisca-se a ser arrasada por outra manifestação nacional mais badalada: a arte chocarreira. Soaram logo muitas piadas sobre a escolha do chocalho português pela Unesco. Uma espécie de sino ao pescoço dum boi, daqui para ali, pode fazer rir. E faz. Os mais sarcásticos deram aleluias: "Agora é que o défice..." Como se a coisa não fosse simplesmente esta: Portugal ainda tem artesãos, sobretudo em Alcáçovas (Alentejo), que fazem o chocalho.
Este já foi útil. No tempo em que não havia cercas, o gado andava pelos campos, por vezes escondido, e o pastor sabia de cada um dos animais pelo som. Pendurada ao pescoço, a chapa de bronze em forma de copo tinha um batente que anunciava, porque o som era afinado, onde estava o Castanho e onde a Mimosa. Um GPS antigo, como alguém já disse, mas que seria mais acertado chamar pulseira eletrónica de preso, não fosse isso dar ideias ao deputado do PAN contra o chocalho. Tenho um antigo livro de etnografia da Provença que já dá os chocalhos como mortos em 1965, apesar dos belos nomes, borrombil, tirandela...
Os nossos também estão bem servidos de nomes (campanilhas, pecadeiro...), e quem já ouviu essa paisagem imaterial fazendo-se ouvir num monte, cada boi sendo ele, percebe a maravilha de que se trata. Pronto, tiveram a honra da Unesco, tratem agora de a comercializar. No fundo, sem Unesco, é o que se passa com os jornais.
02 DE DEZEMBRO DE 2015
00:03
Ferreira Fernandes
Diário de Notícias
Este já foi útil. No tempo em que não havia cercas, o gado andava pelos campos, por vezes escondido, e o pastor sabia de cada um dos animais pelo som. Pendurada ao pescoço, a chapa de bronze em forma de copo tinha um batente que anunciava, porque o som era afinado, onde estava o Castanho e onde a Mimosa. Um GPS antigo, como alguém já disse, mas que seria mais acertado chamar pulseira eletrónica de preso, não fosse isso dar ideias ao deputado do PAN contra o chocalho. Tenho um antigo livro de etnografia da Provença que já dá os chocalhos como mortos em 1965, apesar dos belos nomes, borrombil, tirandela...
Os nossos também estão bem servidos de nomes (campanilhas, pecadeiro...), e quem já ouviu essa paisagem imaterial fazendo-se ouvir num monte, cada boi sendo ele, percebe a maravilha de que se trata. Pronto, tiveram a honra da Unesco, tratem agora de a comercializar. No fundo, sem Unesco, é o que se passa com os jornais.
02 DE DEZEMBRO DE 2015
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