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O comboio não passa duas vezes
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O comboio não passa duas vezes
Países periféricos como Portugal estão hoje a pensar no ouro negro, mas perderam o comboio de há mais de 30 anos
Algumas regiões do Brasil estão a passar por momentos terríveis, com doenças que vão afetar uma geração completa de crianças que nunca serão adultos. Países africanos como Angola perderam a oportunidade da vida e vão passar muitas gerações até que um dos países mais ricos de África em termos de potencial consiga dar uma vida minimamente confortável à sua população. Países periféricos como Portugal estão hoje a pensar no ouro negro, mas perderam o comboio de há mais de 30 anos quando, em 1982, a Exxon, a Chevron e outras empresas quiseram arrancar com projetos de exploração no país e o crude estava em alta. Nós víamos telenovelas! Há países do Médio Oriente que estão em guerra civil há tantos anos que os jovens já só conhecem a realidade do conflito e perderam a identidade, as relíquias históricas e a possibilidade de absorver conhecimento durante toda uma geração.
Na Europa, temos hoje a realidade dos refugiados e que a velha pátria da democracia não percebe bem e, por isso, não se organizou. Na Dinamarca, cobra-se entrada aos refugiados! Em França, deixam-se grandes grupos deambular por cidades onde criam guetos e onde os conflitos com os locais são permanentes; para a Grécia, estuda-se o encerramento de Schengen, que é o mesmo que dizer que se vai construir um muro de betão, fazendo-se os remates finais com arame farpado; e na Alemanha – o país de sonho para todos – há fortíssimos conflitos sociais.
Este é o mundo onde o comboio não pára duas vezes na mesma estação, onde as oportunidades estão perdidas e onde se contabilizam os prejuízos, não aos milhões, mas ao número de gerações perdidas. Tal como um dos nossos entrevistados (Stephan Morais, da Caixa Capital) afirma, o mundo está cheio de oportunidades, aliás, nunca teve tantas oportunidades, mas é brutalmente competitivo e a ambição e a meritocracia são o caminho. Mas os Governos dos vários países não são todos iguais e a pressão dos cidadãos não é a mesma, dizemos nós.
E, por isso, uns evoluem para uma super sociedade, digital, ambientalista, verde e culturalmente avançada; e outros perdem e desenvolvem-se apenas para algumas famílias e grupos ditatoriais ou de influência. O mundo está mais desigual, enveredou por castas e abriu brechas. O mundo deixou de ter duas velocidades, mas talvez cinco velocidades ou mais, tal é o descalabro em certas regiões do globo. Afinal, o mundo global fez sobressair os mais aptos e os mais preparados e, esses, já estavam no primeiro mundo. Agora estão mais distantes e mais fortes, mas terão de viver com mais desigualdade. Falhou a noção de ética na governança e o sentido de liderança a favor do bem comum.
Por Vítor Norinha/OJE
Publicado em: 29/01/2016 - 0:29:26
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