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Inteligência E Conhecimento
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Inteligência E Conhecimento
A temática das informações, inteligência ou conhecimento tem dado azo a várias confusões sobretudo por falta de rigor conceptual.
Nesta matéria identificam-se claramente quatro escolas de pensamento ou linhas doutrinais, nomeadamente a das informações ou inteligência de Estado, a da gestão do conhecimento, a da inteligência competitiva e a da inteligência económica.
O conceito “Informações” resulta da tradução comum da expressão inglesa “Intelligence” – significando conhecimento profundo, completo e abrangente –, e pode ser conceptualizada, de uma forma clássica, como o conjunto de atividades que visam pesquisar e explorar notícias em proveito de um Estado.
É, assim, um processo especializado através do qual certo tipo de informação é solicitada; observada, recolhida ou pesquisada recorrendo a meios específicos; analisada ou processada; e difundida, traduzindo-se no trabalho sistemático desenvolvido no quadro de uma organização pública específica criada com o objetivo de atingir um produto final – o conhecimento específico necessário à tomada de decisões.
O processo de desenvolvimento conceptual desta linha doutrinal tem vindo a ser efetuado, no quadro de instituições públicas especializadas, pelo menos, desde as últimas décadas do século XIX.
A gestão do conhecimento consiste na identificação e recolha do conhecimento existente na organização, na partilha no seu seio desse conhecimento, na aplicação e na criação de conhecimento e visa a criação de valor a partir dos bens intangíveis de uma organização.
A gestão do conhecimento emergiu como disciplina científica no início dos anos 90, sendo atualmente aquela que se encontra mais consolidada no universo do ensino universitário, foi inicialmente desenvolvida em ambiente empresarial e não através de um processo científico e universitário. O recrutamento pela empresa Skandia do gestor sueco, Leif Edvinsson, como o primeiro Chief Knowledge Officer (CKO), é considerado o ato iniciador desta disciplina.
A inteligência competitiva, por seu lado, tem o seu ato fundacional na publicação por Michael Porter, em 1980, da obra ‘Competitive Strategy: Techniques for Analyzing Industries and Competitors’.
Nesta perspetiva a inteligência competitiva consistia, apenas, na recolha externa à organização de toda a informação, relativa à concorrência e à indústria, necessária ao processo de decisão da organização.
Numa aceção moderna, a Inteligência Competitiva consiste na recolha ou pesquisa, não só externa á organização, mas também interna, da informação relevante para a sua atividade, do tratamento, processamento e análise dessa informação, bem como da sua difusão para efeitos de tomada de decisão. Este conceito mais alargado de inteligência competitiva implica a subsunção do conceito de gestão do conhecimento. Por outro lado, o seu foco não é apenas a concorrência, como na perspetiva original preconizada por Michael Porter, mas antes todos os ‘stakeholders’ de uma organização, a respetiva interação, a indústria e o mercado em todas as suas variáveis.
Nesta perspetiva, que se acolhe na plenitude, o conceito de inteligência competitiva reconduz-se claramente ao conceito de “Informações” ou “Inteligência”, como atividade. O acréscimo da expressão, ‘competitiva’, compreende-se claramente à luz do universo das empresas, que funcionam em ambiente competitivo, mas também porque reforça a autonomia do próprio conceito em relação ao conceito tradicional de “Informações” e à atividade pública dos Estados.
Um conceito que é habitualmente utilizado é o de inteligência económica sendo dois os sentidos mais comummente utilizados, o de inteligência de natureza económica e o de origem francófona “intelligence économique”.
A inteligência é económica quando, numa classificação de acordo com a sua natureza, ela se concentra sobre matérias exclusivamente económicas, em sentido estrito, ou seja, que excluem todos os outros âmbitos de abordagem, mesmo que relevantes para a atividade da organização, como é o caso das matérias políticas, sociais, tecnológicas e legais que possam condicionar a envolvente da organização.
Outro sentido, completamente díspar, é dado por uma corrente doutrinária de origem francófona, iniciada em meados dos anos 90 do século XX, cujo documento fundacional será o Relatório Martre publicado em 1994, para a qual o conceito de inteligência económica é profundamente abrangente incluindo no mesmo o próprio Estado e os interesses públicos. Enquanto o conceito de inteligência competitiva exclui qualquer lógica estatal ou pública, limitando-se a transpor para a realidade da organização empresa uma atividade, e respetivos mecanismos e processos, que pode e deve ser adaptada à sua realidade, o conceito de inteligência económica, nesta perspetiva, não só inclui a atividade do Estado e dos poderes públicos como preconiza uma justificação de natureza patriótica.
Nesta perspetiva, a inteligência económica é um assunto comum ao Estado, empresas e cidadãos. Se desenvolvida pelo Estado, em particular através dos seus organismos de informações ou inteligência, deve ser considerada uma política pública.
Esta breve abordagem pretende contribuir para o esclarecimento dos conceitos de inteligência competitiva e de conhecimento empresarial e proceder à aproximação a uma teoria geral que finalmente integre, “mutatis mutandis”, no acervo conceptual próprio da gestão de empresas a linha de pensamento, mais estruturada e desenvolvida, das “Informações” ou de “Inteligência de Estado”.
Jorge Silva Carvalho
Consultor especialista em inteligência competitiva e estratégia
23 Janeiro, 2015 00:20
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