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O nosso oceano azul
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O nosso oceano azul
Um daqueles estudos internacionais que saem todos os anos para publicitar a empresa que os faz e oferecer leitura fácil aos leitores anunciava que a pior profissão do mundo, pior do que a de mineiro, camionista e até taxista, era de longe a de jornalista de imprensa. Longas horas, muito trabalho, poucos recursos, pressão diária e salários cada vez mais em linha com os de operário transformaram as redações, dizia o estudo, em lugares inóspitos de futuro incerto.
Descontado o exagero e a melancolia que provoca aos que já cá estão há mais tempo e conheceram melhores condições, hoje de facto o esforço necessário para colocar um bom jornal nas bancas e, em simultâneo, desenvolver uma presença jornalística de qualidade no digital implica resistência, energia e entusiasmo em doses extraordinárias.
Ainda assim, como é sempre sublinhado nestas ocasiões, nunca como hoje houve tanta procura de informação, tanta gente ligada à atualidade e, mais do que isso, tantos leitores a partilhar os factos pesquisados e aprofundados pelos jornalistas para, sobre eles, acrescentarem a sua interpretação particular dos acontecimentos. A internet foi de uma generosidade extrema nesta divulgação do trabalho das redações - é um maravilhoso canal de distribuição -, mas em troca, perante tanta oferta no mercado, acabou por reduzir brutalmente o valor económico da informação, nivelando quase tudo pela mesma fasquia. O bom, o mau e o péssimo, a verdade e o rumor, a investigação própria das redações e a cópia que os concorrentes fazem dessa mesma informação - a que pomposamente chamamos de agregação de conteúdos, embora seja quase pirataria -, tudo isto se apresenta aos olhos dos leitores sem grande diferenciação, ou seja, com escasso potencial para cobrar o preço justo pelo trabalho realizado. É neste contexto que o DN celebra os 150 anos de existência, mas não o fazemos de braços caídos, nem dando excessivo valor aos estudos que atiram o jornalismo para o topo das profissões a caminho do ocaso.
Em parte isto é verdade, o ocaso, mas apenas para os títulos - hoje diz-se marcas - que não souberem encontrar uma vocação única ou, encontrando-a, não perseverarem o suficiente para, um dia, a conseguirem finalmente valorizar. Hoje de manhã, no Pavilhão de Portugal, o DN realiza uma conferência com um fito deliberado: dar uma primeira resposta a este problema e tentar iluminar o caminho que aí vem. Queremos ser o jornal do universo da língua portuguesa. O que acontece no Atlântico Sul (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, São Tomé), mas também na África Oriental (Moçambique) e em Timor-Leste será cada vez mais para o DN assunto de primeira relevância jornalística, ao nível do que acontece na Europa. Gradualmente a nossa oferta editorial terá de aumentar para chegarmos ao ponto em que essa característica seja um fator de diferenciação e, portanto, favoreça a escolha dos leitores. Não queremos ser tudo, mas sabemos o que podemos ser - a língua portuguesa é o nosso oceano azul, um mercado incrivelmente inexplorado.
por ANDRÉ MACEDO
Diário de Notícias
Descontado o exagero e a melancolia que provoca aos que já cá estão há mais tempo e conheceram melhores condições, hoje de facto o esforço necessário para colocar um bom jornal nas bancas e, em simultâneo, desenvolver uma presença jornalística de qualidade no digital implica resistência, energia e entusiasmo em doses extraordinárias.
Ainda assim, como é sempre sublinhado nestas ocasiões, nunca como hoje houve tanta procura de informação, tanta gente ligada à atualidade e, mais do que isso, tantos leitores a partilhar os factos pesquisados e aprofundados pelos jornalistas para, sobre eles, acrescentarem a sua interpretação particular dos acontecimentos. A internet foi de uma generosidade extrema nesta divulgação do trabalho das redações - é um maravilhoso canal de distribuição -, mas em troca, perante tanta oferta no mercado, acabou por reduzir brutalmente o valor económico da informação, nivelando quase tudo pela mesma fasquia. O bom, o mau e o péssimo, a verdade e o rumor, a investigação própria das redações e a cópia que os concorrentes fazem dessa mesma informação - a que pomposamente chamamos de agregação de conteúdos, embora seja quase pirataria -, tudo isto se apresenta aos olhos dos leitores sem grande diferenciação, ou seja, com escasso potencial para cobrar o preço justo pelo trabalho realizado. É neste contexto que o DN celebra os 150 anos de existência, mas não o fazemos de braços caídos, nem dando excessivo valor aos estudos que atiram o jornalismo para o topo das profissões a caminho do ocaso.
Em parte isto é verdade, o ocaso, mas apenas para os títulos - hoje diz-se marcas - que não souberem encontrar uma vocação única ou, encontrando-a, não perseverarem o suficiente para, um dia, a conseguirem finalmente valorizar. Hoje de manhã, no Pavilhão de Portugal, o DN realiza uma conferência com um fito deliberado: dar uma primeira resposta a este problema e tentar iluminar o caminho que aí vem. Queremos ser o jornal do universo da língua portuguesa. O que acontece no Atlântico Sul (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, São Tomé), mas também na África Oriental (Moçambique) e em Timor-Leste será cada vez mais para o DN assunto de primeira relevância jornalística, ao nível do que acontece na Europa. Gradualmente a nossa oferta editorial terá de aumentar para chegarmos ao ponto em que essa característica seja um fator de diferenciação e, portanto, favoreça a escolha dos leitores. Não queremos ser tudo, mas sabemos o que podemos ser - a língua portuguesa é o nosso oceano azul, um mercado incrivelmente inexplorado.
por ANDRÉ MACEDO
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