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A liderança de Roger
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A liderança de Roger
Federer é um exemplo de liderança a que os gestores devem prestar atenção. Liderar pelo exemplo da humildade de saber ler a realidade.
O que leva o melhor tenista da história da modalidade a continuar no circuito, já perto dos 36 anos, depois de ter dado todas as provas? Segundo o próprio, “quando se faz uma coisa bem na vida, não apetece desistir. Para mim, essa coisa é o ténis”. Não é preciso ser amante deste desporto para ver com clareza que Roger Federer é um líder. E a liderança de Federer é um exemplo a seguir em todas as artes, não só no ténis. Federer é um prodígio no que ao talento diz respeito. Mas se não lhe juntasse muitas outras virtudes, provavelmente nunca teríamos ouvido o seu nome. Nenhum gestor pode aprender o talento com Federer. Mas no que toca às restantes características, que o tornaram durante muitos anos o melhor, já não é assim. Das muitas qualidades em que assenta o seu sucesso, sobressaem três. A humildade, a competência e a ambição.
Humildade porque depois de ter ganho tudo era mais fácil sair quando estava por cima, eternizando a sua lenda. Continuar era assumir que aquele que muitos já tinham considerado o melhor de sempre ia inevitavelmente começar a ceder perante outros reconhecidamente mais fracos, mas com maior vigor físico. E assim foi. Federer começou a ganhar menos. Em 2013, saiu pela primeira vez em muitos anos do top 4. No início de 2017, era o número dezassete do ranking ATP. Mas isso nunca o envergonhou. Soube ser resiliente, ler a realidade, adaptar-se e continuar a procurar espaço na modalidade.
Competência porque, apesar da idade, Federer continua a saber planear o seu jogo e a usar as melhores armas de que dispõe a seu favor. Poucos desportos exigem tanto de um ser humano, sobretudo a nível mental. Uma parte do ténis é estratégia. Outra é concentração extrema para a executar. Entre os melhores do mundo as diferenças estão mais neste capítulo do que na aptidão técnica. Todos conseguem fazer o mesmo. Ganham os que fazem mais vezes sem falhar. “Com a idade aprendi a ser ainda mais paciente”, reconhecia numa entrevista recente. E aprendeu a ajustar o seu jogo àquilo que é capaz de fazer. Outros acabam mais cedo por não saberem adaptar-se à mudança que a idade impõe.
Ambição porque Federer não ficou no circuito só por ficar. Ficou porque ambicionou continuar a ganhar. Apesar de muitos estarem convencidos que o seu tempo já passou, neste início de ano superou todos os adversários e enriqueceu o seu palmarés com mais três torneios de primeira linha. Mostrou a todos que sempre esteve no ténis para vencer e que isso não se alterou.
Federer é um exemplo. Não apenas no desporto, pelo sucesso conseguido, mas igualmente noutras áreas pela forma como alcança o sucesso. É, sem dúvida, um exemplo de liderança a que os gestores devem prestar atenção. Liderar pelo exemplo da humildade de saber ler a realidade. Da competência de definir uma estratégia que se ajuste a esta. E de, apesar das mudanças, continuar focado em atingir o resultado que sempre procurou: vencer.
Ricardo Junqueiro, Advogado
00:08
Jornal Económico
O que leva o melhor tenista da história da modalidade a continuar no circuito, já perto dos 36 anos, depois de ter dado todas as provas? Segundo o próprio, “quando se faz uma coisa bem na vida, não apetece desistir. Para mim, essa coisa é o ténis”. Não é preciso ser amante deste desporto para ver com clareza que Roger Federer é um líder. E a liderança de Federer é um exemplo a seguir em todas as artes, não só no ténis. Federer é um prodígio no que ao talento diz respeito. Mas se não lhe juntasse muitas outras virtudes, provavelmente nunca teríamos ouvido o seu nome. Nenhum gestor pode aprender o talento com Federer. Mas no que toca às restantes características, que o tornaram durante muitos anos o melhor, já não é assim. Das muitas qualidades em que assenta o seu sucesso, sobressaem três. A humildade, a competência e a ambição.
Humildade porque depois de ter ganho tudo era mais fácil sair quando estava por cima, eternizando a sua lenda. Continuar era assumir que aquele que muitos já tinham considerado o melhor de sempre ia inevitavelmente começar a ceder perante outros reconhecidamente mais fracos, mas com maior vigor físico. E assim foi. Federer começou a ganhar menos. Em 2013, saiu pela primeira vez em muitos anos do top 4. No início de 2017, era o número dezassete do ranking ATP. Mas isso nunca o envergonhou. Soube ser resiliente, ler a realidade, adaptar-se e continuar a procurar espaço na modalidade.
Competência porque, apesar da idade, Federer continua a saber planear o seu jogo e a usar as melhores armas de que dispõe a seu favor. Poucos desportos exigem tanto de um ser humano, sobretudo a nível mental. Uma parte do ténis é estratégia. Outra é concentração extrema para a executar. Entre os melhores do mundo as diferenças estão mais neste capítulo do que na aptidão técnica. Todos conseguem fazer o mesmo. Ganham os que fazem mais vezes sem falhar. “Com a idade aprendi a ser ainda mais paciente”, reconhecia numa entrevista recente. E aprendeu a ajustar o seu jogo àquilo que é capaz de fazer. Outros acabam mais cedo por não saberem adaptar-se à mudança que a idade impõe.
Ambição porque Federer não ficou no circuito só por ficar. Ficou porque ambicionou continuar a ganhar. Apesar de muitos estarem convencidos que o seu tempo já passou, neste início de ano superou todos os adversários e enriqueceu o seu palmarés com mais três torneios de primeira linha. Mostrou a todos que sempre esteve no ténis para vencer e que isso não se alterou.
Federer é um exemplo. Não apenas no desporto, pelo sucesso conseguido, mas igualmente noutras áreas pela forma como alcança o sucesso. É, sem dúvida, um exemplo de liderança a que os gestores devem prestar atenção. Liderar pelo exemplo da humildade de saber ler a realidade. Da competência de definir uma estratégia que se ajuste a esta. E de, apesar das mudanças, continuar focado em atingir o resultado que sempre procurou: vencer.
Ricardo Junqueiro, Advogado
00:08
Jornal Económico
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