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Das primárias à liderança
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Das primárias à liderança
No passado fim-de-semana, o Partido Socialista foi a votos nas primeiras eleições primárias realizadas em Portugal.
Discutia-se a liderança do PS e quem iria enfrentar as legislativas do próximo ano. Dois Antónios digladiaram-se na arena política e mediática. Toda esta situação provocou surpresa em alguns portugueses, sobretudo, pela prevalência dos ataques pessoais face ao que seria expectável: a discussão de visões alternativas ao poder estabelecido, dado que o PS se encontra na oposição. Independentemente de quem ganhasse estas eleições, estas poderiam constituir um excelente treino para o escrutínio legislativo que se avizinha. Veremos se tal acontece e que lições o novo líder poderá tirar desta primeira campanha.
Mas saindo do contexto caseiro, o que podemos inferir destas eleições primárias? Moisés Naím, antigo editor-chefe da Foreign Policy, no seu livro O Fim do Poder (Gradiva, 2014) fornece uma possível resposta: existe uma decadência do poder nacional e a proliferação de movimentos que disputam o poder, seja no seio dos partidos, seja pelo surgimento de novas forças políticas e sociais. Num mundo em permanente mudança e em que o risco se tornou praticamente imprevisível, proliferaram as formas de questionar o poder. O número de eleições aumentou e as grandes maiorias diminuíram (tanto em número como em percentagem, rareando as maiorias absolutas). Dentro dos partidos, os líderes começaram a ser contestados. Muitas vezes, os líderes amados pelos dirigentes partidários afastam-se daqueles que os militantes base desejariam ver no poder.
É esta tendência que justifica que, apesar de nas últimas eleições a abstenção ter atingido mais de 65%, se enveredasse por este tipo de escrutínio (embora tenham sido as europeias, em que os níveis de abstenção batem sempre recordes). Aos militantes (cerca de 93 mil) juntaram-se os simpatizantes que se inscreveram (mais de 150 mil). A votação durou dez horas e enfrentaram-se filas para votar, com um nível de participação muito assinalável e diria invejável para o que tem sido o quadro dos resultados de participação eleitoral nacional. Por que se teriam mobilizado militantes e simpatizantes? Seguindo a teoria de Naím, talvez porque isso lhes dê a sensação de que realmente participam de forma direta nos momentos democráticos da vida partidária e que podem eleger alguém com quem se identifiquem.
No entanto, essa necessidade de participação direta não se esgotará nestas eleições. Mais, as promessas de maiorias eleitorais dilatadas são arriscadas em contextos em que a dispersão do voto parece ser a característica a reter (lembremos as últimas votações de pequenos partidos como o Partido Movimento da Terra ou o LIVRE). Dois desafios para quem, enfrentando as primárias, terá ainda de conquistar o voto popular para governar os destinos do país.
CÁTIA MIRIAM COSTA, INVESTIGADORA DO CENTRO DE ESTUDOS INTERNACIONAIS, ISCTE – IUL
2014/10/01 00H00
OJE.pt
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