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A boa lição
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A boa lição
Se a administração central fosse como a local, não haveria défice público.
Participei há dias na conferência de apresentação do último ‘Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses’, um trabalho coordenado por João Cardoso e promovido pela OTOC, que merece elogio público.
O que nos diz essa fotografia às contas das câmaras municipais? Diz-nos, em síntese, que os municípios são hoje globalmente mais bem geridos e que respiram financeiramente muito melhor.
Mesmo com as transferências do Estado Central a cair em grandes doses. Só em 2014, na ordem dos 10%. Apesar disso, os municípios portugueses têm hoje a dívida mais baixa dos últimos 10 anos!
E não só têm passivos menores, como têm orçamentos mais realistas e são melhores pagadores junto de fornecedores: 139 câmaras já pagam a menos de 30 dias!
Em Viseu, na câmara que lidero, testemunho estas "boas práticas". Nos primeiros dois anos de mandato, melhorámos a saúde financeira da nossa casa em 10 milhões de euros; abatemos cinco milhões às dívidas e aumentámos outros cinco milhões aos ativos. E pagamos a tempo e horas, como convém à economia.
Com este seu bom exemplo, as câmaras dão uma lição de boa gestão ao Estado Central, que não tem, infelizmente, números comparáveis para mostrar.
Se a administração central fosse como a local, não haveria défice público. O pecado da dívida é hoje, na essência, um problema do centralismo. A sua reforma será, por isso, a mãe de todas as reformas.
Paradoxalmente, é o centralismo quem persiste em desconfiar dos municípios. Impõe limites extravagantes e burocracias esdrúxulas, seja no número de secretárias ou na moralidade da mercearia.
Não é de agora – e não depende muitas vezes da vontade dos governos. Há tradições que o medo enraíza. E, mesmo assim, as câmaras têm dado a "outra face", assumindo funções sociais que o Estado Central ignora ou alijou.
O atraso gritante na implementação dos fundos do PORTUGAL 2020 é também o exemplo de como o Estado desconfia e se atrapalha consigo mesmo, em imbróglios regulamentares e rodriguinhos de gabinete.
Já lá vai ano e meio sem fundos aprovados para as cidades e para as regiões! Hoje, aos municípios, os fundos comunitários quase parecem uma fortaleza. O mundo mudou, e não é bom que isso aconteça.
20.10.2015 00:30
ALMEIDA HENRIQUES
Presidente da Câmara Municipal de Viseu
Correio da Manhã
Participei há dias na conferência de apresentação do último ‘Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses’, um trabalho coordenado por João Cardoso e promovido pela OTOC, que merece elogio público.
O que nos diz essa fotografia às contas das câmaras municipais? Diz-nos, em síntese, que os municípios são hoje globalmente mais bem geridos e que respiram financeiramente muito melhor.
Mesmo com as transferências do Estado Central a cair em grandes doses. Só em 2014, na ordem dos 10%. Apesar disso, os municípios portugueses têm hoje a dívida mais baixa dos últimos 10 anos!
E não só têm passivos menores, como têm orçamentos mais realistas e são melhores pagadores junto de fornecedores: 139 câmaras já pagam a menos de 30 dias!
Em Viseu, na câmara que lidero, testemunho estas "boas práticas". Nos primeiros dois anos de mandato, melhorámos a saúde financeira da nossa casa em 10 milhões de euros; abatemos cinco milhões às dívidas e aumentámos outros cinco milhões aos ativos. E pagamos a tempo e horas, como convém à economia.
Com este seu bom exemplo, as câmaras dão uma lição de boa gestão ao Estado Central, que não tem, infelizmente, números comparáveis para mostrar.
Se a administração central fosse como a local, não haveria défice público. O pecado da dívida é hoje, na essência, um problema do centralismo. A sua reforma será, por isso, a mãe de todas as reformas.
Paradoxalmente, é o centralismo quem persiste em desconfiar dos municípios. Impõe limites extravagantes e burocracias esdrúxulas, seja no número de secretárias ou na moralidade da mercearia.
Não é de agora – e não depende muitas vezes da vontade dos governos. Há tradições que o medo enraíza. E, mesmo assim, as câmaras têm dado a "outra face", assumindo funções sociais que o Estado Central ignora ou alijou.
O atraso gritante na implementação dos fundos do PORTUGAL 2020 é também o exemplo de como o Estado desconfia e se atrapalha consigo mesmo, em imbróglios regulamentares e rodriguinhos de gabinete.
Já lá vai ano e meio sem fundos aprovados para as cidades e para as regiões! Hoje, aos municípios, os fundos comunitários quase parecem uma fortaleza. O mundo mudou, e não é bom que isso aconteça.
20.10.2015 00:30
ALMEIDA HENRIQUES
Presidente da Câmara Municipal de Viseu
Correio da Manhã
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