Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 40 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 40 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
O estado desta nação (d. D*)
Página 1 de 1
O estado desta nação (d. D*)
O debate não nos trouxe surpresas. O primeiro-ministro na reafirmação do seu rumo certo, enquanto Pedro Passos Coelho pediu ponderação, atenção e resguardo para os erros que estão a ser cometidos.
António Costa continua em negação esgrimindo exemplos de boa governação e atirando responsabilidades para o governo anterior da eventual aplicação de sanções pela Comissão Europeia. O líder do PS e do executivo assegura que a execução orçamental corresponde à expectativa e que não vê razões para qualquer alteração de direção, nem medidas adicionais e muito menos um plano B.
A eventual aplicação de sanções tem estado no centro do debate na sequência de comunicação da Comissão Europeia, que mandou instaurar processo por incumprimento. O que já se sabia, uma vez que Portugal se desviou em 0,2% do previsto. Mas esta situação cada vez mais parece um desviar de atenções sobre a governação, pois que no debate se deveria discutir o que, no seu conjunto e por ministério, o Governo realizou no período em que está em funções. E sobre isso muito pouco, pois que se preferiu falar sobre o passado e não sobre o realizado este ano e até agora, na perspetiva de melhorias para o futuro.
O lema do primeiro-ministro foi cumprimos, fizemos, agimos. Mas não consegue refutar os dados que indicam uma envolvente pior. Pior em matéria de investimento público, no aumento da dívida pública e na redução das exportações; e pior no ambiente de negócios face ao princípio do ano. E também ao nível do crescimento económico, que desce, ao contrário do previsto pelo Governo, pondo em causa o défice (e consequentemente a dívida).
A preocupação do Governo é o verbo. No uso da palavra o Governo enche o país. No discurso, o Governo preenche as expectativas. Mas, independentemente das afirmações com que a coligação de esquerda esgrime a valia das suas políticas, não se encontra nem correspondência nos dados, nem tão pouco na confiança dos portugueses que desconfiam de tanta fartura, tanta esperança, tanta concretização vazia. Quando a esmola é grande, o pobre… desconfia.
Pode não haver plano B ou medidas adicionais mas haverá alternativas. A estratégia deste Governo corresponde à tendência verificada no anterior governo socialista onde a dívida se geria, as faturas não se contabilizavam, os pagamentos se adiavam. Nestes casos a dívida formal não cresce. A situação não se retrata com realismo.
Com malabarismos verbais se conquista espaço e imagem. Com omissões e meias palavras se confirmam as políticas, com consequências gravosas para o futuro. Invoca-se o patriotismo e o Bloco de Esquerda tenta colar futebol e política, numa referência à Alemanha e à possibilidade de nos cruzamos na final do Euro 2016. Não é poético, é patético.
O PCP invoca o Tratado orçamental para a responsabilidade das políticas. Mas esquece-se que o critério do défice e da dívida já provêm do Pacto de Estabilidade e Crescimento, e esquece-se ainda que o PS votou favoravelmente na legislatura anterior a aprovação do Tratado orçamental. Tal como todos os estados membros da União Europeia, com a exceção da República Checa e… do Reino Unido.
Governo e maioria de esquerda, ainda e sempre em coligação, alinhados na defesa da sua estratégia e política. Oposição, PSD e CDS, firmes na estratégia errada em que o Governo recai, mas que assume conscientemente.
Nada de novo no debate. Podemos manter tudo o que já dissemos antes do debate. Ministros e políticas setoriais ausentes do debate. Pois que pouco haveria de dizer nessa dimensão.
Sanções, palavras e poucas ideias é o resumo parco do debate. Ninguém acredita que alguém inverta a sua estratégia e as suas políticas, mesmo que se confirmem os piores receios de desvios significativos dos resultados anunciados e que põem em causa o futuro do país. Para já, só o futuro do Governo e da coligação que os sustenta interessa.
*d.D. - depois do debate sobre o Estado da Nação no Parlamento.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
António Costa continua em negação esgrimindo exemplos de boa governação e atirando responsabilidades para o governo anterior da eventual aplicação de sanções pela Comissão Europeia. O líder do PS e do executivo assegura que a execução orçamental corresponde à expectativa e que não vê razões para qualquer alteração de direção, nem medidas adicionais e muito menos um plano B.
A eventual aplicação de sanções tem estado no centro do debate na sequência de comunicação da Comissão Europeia, que mandou instaurar processo por incumprimento. O que já se sabia, uma vez que Portugal se desviou em 0,2% do previsto. Mas esta situação cada vez mais parece um desviar de atenções sobre a governação, pois que no debate se deveria discutir o que, no seu conjunto e por ministério, o Governo realizou no período em que está em funções. E sobre isso muito pouco, pois que se preferiu falar sobre o passado e não sobre o realizado este ano e até agora, na perspetiva de melhorias para o futuro.
O lema do primeiro-ministro foi cumprimos, fizemos, agimos. Mas não consegue refutar os dados que indicam uma envolvente pior. Pior em matéria de investimento público, no aumento da dívida pública e na redução das exportações; e pior no ambiente de negócios face ao princípio do ano. E também ao nível do crescimento económico, que desce, ao contrário do previsto pelo Governo, pondo em causa o défice (e consequentemente a dívida).
A preocupação do Governo é o verbo. No uso da palavra o Governo enche o país. No discurso, o Governo preenche as expectativas. Mas, independentemente das afirmações com que a coligação de esquerda esgrime a valia das suas políticas, não se encontra nem correspondência nos dados, nem tão pouco na confiança dos portugueses que desconfiam de tanta fartura, tanta esperança, tanta concretização vazia. Quando a esmola é grande, o pobre… desconfia.
Pode não haver plano B ou medidas adicionais mas haverá alternativas. A estratégia deste Governo corresponde à tendência verificada no anterior governo socialista onde a dívida se geria, as faturas não se contabilizavam, os pagamentos se adiavam. Nestes casos a dívida formal não cresce. A situação não se retrata com realismo.
Com malabarismos verbais se conquista espaço e imagem. Com omissões e meias palavras se confirmam as políticas, com consequências gravosas para o futuro. Invoca-se o patriotismo e o Bloco de Esquerda tenta colar futebol e política, numa referência à Alemanha e à possibilidade de nos cruzamos na final do Euro 2016. Não é poético, é patético.
O PCP invoca o Tratado orçamental para a responsabilidade das políticas. Mas esquece-se que o critério do défice e da dívida já provêm do Pacto de Estabilidade e Crescimento, e esquece-se ainda que o PS votou favoravelmente na legislatura anterior a aprovação do Tratado orçamental. Tal como todos os estados membros da União Europeia, com a exceção da República Checa e… do Reino Unido.
Governo e maioria de esquerda, ainda e sempre em coligação, alinhados na defesa da sua estratégia e política. Oposição, PSD e CDS, firmes na estratégia errada em que o Governo recai, mas que assume conscientemente.
Nada de novo no debate. Podemos manter tudo o que já dissemos antes do debate. Ministros e políticas setoriais ausentes do debate. Pois que pouco haveria de dizer nessa dimensão.
Sanções, palavras e poucas ideias é o resumo parco do debate. Ninguém acredita que alguém inverta a sua estratégia e as suas políticas, mesmo que se confirmem os piores receios de desvios significativos dos resultados anunciados e que põem em causa o futuro do país. Para já, só o futuro do Governo e da coligação que os sustenta interessa.
*d.D. - depois do debate sobre o Estado da Nação no Parlamento.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
Tópicos semelhantes
» O estado desta nação (a. D.*)
» O estado da Nação
» O Estado da Nação não favorece maiorias políticas
» O estado da Nação
» O Estado da Nação não favorece maiorias políticas
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin